Quilombolas da Amazônia: vida e luta

A presença de uma importante ativista e quilombola Wal Cruz, no encontro de domingo, demonstra a preocupação do coletivo Estados Gerais da Cultura em dar prioridade aos debates sobre as questões culturais, ambientais, assim como as desigualdades e injustiças sociais do Brasil.

Waldirene Cruz é uma corajosa militante em defesa dos quilombos do Baixo Tocantins, na Amazônia, educadora popular, agroecologista, negra, que vive no quilombo de Nova Esperança, em Cametá, no Pará. É técnica em agricultura da Casa Familiar Rural de Cametá, atua em Pedagogia da alternância, defensora dos pobres e minorias. Também contribuiu para o movimento político de esquerda como ex-diretora da CUT/PA. Esta matriculada no curso de Agronomia UFPA, Campus Cametá PA e tem participado de várias lutas de movimentos sociais, especialmente o de mulheres.

A formação de quilombos na Amazônia deu-se com a expansão do cultivo do cacau e com isso a escravidão de negros e índios. Durante muito tempo, os quilombolas foram perseguidos e muitos quilombos destruídos pelos fazendeiros brancos, porém isso não os fez desaparecerem como comunidade. Hoje, quilombolas lutam pela defesa de seus direitos constitucionais.

Quilombos eram as aldeias onde se refugiavam os escravos em fuga, e onde hoje vivem seus descendentes. Durante a época colonial e mais além, africanos foram escravizados e traficados para o Brasil aos milhões. Apenas 130 anos atrás a escravatura foi abolida no país. No entanto isso não resultou em melhores condições de vida para os libertados.

“No Brasil, simplesmente não há sentimento de culpa por se ter escravizado certos grupos por tanto tempo. Os políticos não consideram tarefa deles integrar essas pessoas, eles simplesmente as deixam excluídas e vulneráveis a tomadas de terra, latifundiários e empresas mineradoras. É uma catástrofe”, diz Raquel Araújo Amaral, diretora do Setor Quilombola do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), em Santarém, Pará. Fonte: DW

Apesar das perseguições e lutas constantes, as comunidades quilombolas têm alegria e gostam de festa à sua moda. Exemplo disso, o samba de cacete que é um ritmo criado por eles, inspirado no samba africano.

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