“Melhor morrer de rir do que morrer de medo”- (provérbio judaico)

Estamos vivendo a política de Terra arrasada. O fogo que queima a arte, a ciência, a cultura, a educação, a saúde, se espraia pela floresta amazônica, pelo pantanal, pelo cerrado. Esta semana chegamos aos quase 140 mil mortos de Covid pela inépcia das políticas governamentais.

As imagens que nos chegam pela tv nos mostram onça com as patas em carne viva, carcaças de jacarés, de tartaruga, cobras se arrastando entre cinzas pedindo socorro, peixes mortos nas margens dos rios assoreados. O governo que prometeu passar a boiada está cumprindo a promessa.

Nós, prometemos resistir e também estamos cumprindo a promessa. Com arte, ciência e paciência, não nos deixaremos abater, mudaremos o mundo.

Com a estratégia de lutarmos através de ideias, usaremos um dos mais poderosos instrumentos da crítica política: o riso e o humor.

Começamos citando a charge de Jaguar publicada na primeira página do Jornal Última Hora que, nas primeiras horas do golpe de 64 foi invadido por um grupo de vândalos, cuja crença era que, destruindo um jornal, imporiam suas ideias. Jaguar Prontamente reagiu com uma charge de duas pessoas sobre os escombros do jornal que comentavam o caráter do golpe de Estado.

Logo em seguida Sérgio Porto criou o Febeapá, desmoralizando a ditadura através do ridículo dos trogloditas que ocuparam o poder.
Assim foi ao longo da ditadura com a ação dos cartunistas, fotógrafos, articulistas, jornalistas, escritores, teatrólogos, cineastas, compositores, de todos os que tivessem uma ideia para confrontar a estupidez autoritária. Com arte, ciência e paciência se muda o mundo. Construímos em 88 a Constituição Cidadã, uma obra prima na conquista dos direitos cidadãos.

Hoje os Estados Gerais da Cultura se reúnem para ouvir três artistas que com talento e irreverência questionam o mundo em que vivemos e alimentam nossas almas com força e coragem para enfrentarmos um dos piores momentos por que passa a humanidade. Hoje ouviremos Carlos Latuff, injustamente acusado por alguns de ser antissemita, Aroeira é ameaçado pela Lei de Segurança Nacional, criada na ditadura para combater o “inimigo interno” e Laerte, mulher trans e transgressora contumaz.

Sintam-se acolhidos pelos Estados Gerais Da Cultura, protegidos pela Doutrina da Segurança Emocional e por nossas Forças Amadas e recebam simbolicamente o título de doutres honoris-causa pela Escola Superior da Paz.

Aqui vou fazer um parentese para tratar de um assunto que me toca pessoalmente: como todos sabem, sou judeu com muito orgulho. Professo meu judaísmo através de minha formação humanista, inspirada em Primo Levi, Julius e Ethel Rozemberg, Amos Gitai, cineasta israelense e do artista plástico Gershon Knispel.

Estes dias comemoramos o Rosh Hashaná, ano novo judeu. Junto com os inúmeros votos de felicidade chegaram duas mensagens extremamente críticas por trazermos um dos convidado que gentilmente aceitou fazer parte dessa mesa. Me enviaram até um cartum com a imagem de uma bomba jogada sobre Gaza e a figura da morte vestida com a bandeira de Israel na cintura gritando “Goaaal!”.

Me identifico com os judeus que defendem a autodeterminação dos povos, a criação do Estado da Palestina, como solução paz, duas pátrias para dois povos. Radicais dos dois lados preferem a guerra travada através de vidas alheias.

Sobre o desenho do Latuff, resolvida a questão: Israel, pare de bombardear Gaza e de matar crianças inocentes.

Sem Paz não há solução: E terminamos, repetindo como um mantra, a frase de Josué De Castro: “Os ingredientes da guerra são o ouro e as armas criadas pelas mentes perversas dos homens. Os ingredientes da paz são o pão e o amor”

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