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Artes plásticas e seu importante papel na sociedade ganham destaque na pauta dos Estados Gerais da Cultura deste domingo. A escolha por Cândido Portinari, um dos mais expressivos nomes do modernismo brasileiro, não foi por menos. Portinari foi o artista que mais deu força a temática social e retratou o homem, o trabalhador, o Brasil sofrido em suas telas.
Nada mais justo e relevante do que convidar o próprio filho, João Cândido Portinari para contar sobre as obras de seu pai e a catalogação que vem fazendo, como também um pouco sobre a luta de mais de 20 anos para tornar realidade um sonho: transformar a casa, onde viveu Cândido Portinari no Cosme Velho, Rio Janeiro, num centro de arte, cultura e educação e evitar que o imóvel desapareça pela especulação imobiliária.
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Durante o debate, a artista plástica Ester Fabiana Sterenberg estará pintando uma tela e o violeiro Julio Santin fará a apresentação musical. Um encontro imperdível para os amantes da arte e da cultura, considerando também a programação de rotina, que prevê a abertura feita pelo cineasta Silvio Tendler e a leitura de uma Pensata, um texto reflexão sobre um assunto da atualidade na voz do ator Eduardo Tornaghi.
Portinari
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Cândido Portinari foi pintor, gravador, ilustrador e professor. Um dos mais importantes nome do modernismo brasileiro, reconhecido internacionalmente. O estilo de época que se denominou modernismo surgiu no início do século XX, num período de grande tensão entre as potências européias, que culminou nas duas grandes guerras mundiais e foi transgressor, antiacadêmico e nacionalista. Teve algumas fases e fez história na literatura, nas artes e na ciência.
Portinari nasceu em Brodowski, interior de São Paulo e viveu muitos anos no Rio de Janeiro, onde veio falecer em 1962. O artista, mesmo mudando suas técnicas ao longo do tempo, nunca perdeu o foco no homem brasileiro e suas mazelas sociais. Em sua trajetória como artista ganhou muitos prêmios em salões de artes e morou na França no ano de 1930 após ganhar o Prêmio de Viagem a Europa, lá aproveita visitar museus e estudar muito.
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Portinari retorna da Europa animado para pintar quadros exaltando a cultura brasileira, seu povo, sua natureza e sua história, sempre em caráter de denúncia. Além de retratar as questões sociais de seu país, Portinari é bastante influenciado pelos movimentos artísticos da Europa como o Cubismo e o Surrealismo.
O filho, João Candido Portinari, engenheiro de profissão, deixou as Ciências Exatas para resgatar a memória de seu pai. Durante décadas trabalhou na catalogação de todo o acervo de Portinari, que segundo o herdeiro, que detém os direitos autorais das obras, estava fragmentado. Graças ao levantamento minucioso feito por ele, foi possível catalogar mais de cinco mil pinturas e 30 mil documentos relacionados a esses trabalhos. A maioria invisíveis ao público. Obras mais conhecidas no Brasil de Portinari: Mestiço, Café, Retirantes, Cana-de-Açúcar, Guerra e Paz…
“É um grande paradoxo um artista que pintou de forma tão emocionada a alma do povo brasileiro ter seus trabalhos longe do povo. Numa busca que fizemos encontramos obras dele na Filândia, Haiti, e achamos documentos em mais de 20 países”, lembra João Cândido. (Fonte: O Globo, 2011).
Casarão Cosme Velho
O casarão situado no número 343 da Rua Cosme Velho, Zona Sul da capital fluminense, onde morou, entre 1943 e 1950, Candido Portinari, encontra-se em um estado de degradação, com cômodos sem telhado e paredes caindo, correndo sério risco de desabar.
Vale ressaltar que o imóvel, tombado provisoriamente em 2011 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), foi doado ao Projeto Portinari para a criação de um centro de cultura em memória ao artista. No entanto, o Inepac não conseguiu angariar patrocínios e apoio para a realização da iniciativa e, por isso, a casa acabou devolvida aos donos há dois meses.
Para o João Candido Portinari, é um sonho que ainda não tornou-se realidade porque há mais de 20 anos vem lutando para regularizar a situação do Casarão e transformá-lo em um centro de cultura e conhecimento sobre o trabalho realizado pelo pai no campo das artes plásticas.
João Candido Portinari
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João Candido Portinari é Ph.D. pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT/EUA) e fundador do Projeto Portinari, que desde 1979 dedica-se ao regaste e à democratização da vida e obra de seu pai, o renomado pintor brasileiro Candido Portinari.
O projeto contribui para o conhecimento histórico-cultural do País, promove a arte e a educação para crianças e adolescentes brasileiros, além de recuperar o legado pictórico, ético e humanista de Portinari por meio dos programas Levantamento, Pesquisa e Catalogação, e Democratização de um abrangente e detalhado acervo documental sobre a obra, vida e época do artista. Até o momento, 5.400 obras e 30 mil documentos compõem o acervo documental do Projeto Portinari, disponíveis gratuitamente em: Portinari ou no Google Arts and Culture Program
Antonio Carlos Esteves Torres disse:
Esta ideia já demorava. Não há pintor que descreva o povo brasileiro de forma tão fiel e real. Aqui no meu íntimo, digo a mim mesmo que este projeto sócio-histórico é meu, não perderia a apresentação por nada.
Mariana disse:
Vdd, faço de suas palavras as minhas