Angelo Campos é muralista e autor da tela que ilustra o Tenda Artística. Sua arte é de denuncia e mostra ao mundo o que mundo não quer ver. “Fujo dos padrões do que é aceitável e o que agrada o público. Percorro um caminho totalmente inverso”.
![](https://estadosgeraisdacultura.art.br/wp-content/uploads/2020/12/43.jpg)
A tela acima, Angelo Campos cria inspirado nos Estados Gerais da Cultura. As crianças da favela equilibrando-se inocentemente nas pernas de pau, porém acorrentadas e brincando num campo minado, com cédulas de dinheiro espalhadas.
![](https://estadosgeraisdacultura.art.br/wp-content/uploads/2020/12/PHOTO-2020-11-19-12-51-15-1024x576.jpg)
No entanto, ainda há uma luz no fundo do túnel quando atrás deste panorama desolador está a arte, o cinema, a flor, o pássaro.
Seus murais dialogam com a pobreza, violência, dor, abandono, numa explosão de cores e sensibilidade nas expressões e nos traços. Uma arte visceral. Um grito que sai das entranhas para denunciar a fragilidade da criança, da mulher, do negro, índio, das minorias que sofrem pelo preconceito numa sociedade injusta e desigual.
![](https://estadosgeraisdacultura.art.br/wp-content/uploads/2020/12/PHOTO-2020-11-19-12-51-09-1024x576.jpg)
É correto dizer que são murais porque Angelo faz questão de destacar que não é grafiteiro e sim, muralista. “Na verdade sou muralista e venho de influências e inspirações ligadas a Diego Rivera, Cândido Portinari (Retirantes)”, frisa.
Sem dúvida a obra de Angelo Campos é exclusivamente conceitual e fala por imagens, no entanto, ele faz uma mixagem do muralismo com o grafite, especialmente porque o grafite possui hoje uma identidade também vinculada ao conceitual. Basta lembrar das pontuações feitas por Banksy nas críticas sociais sobre política, ambiente, consumo, capitalismo, guerra