“Os ingredientes da Guerra são o ouro e as bombas. Os ingredientes da paz, são o pão e o amor”. Desta frase inspirada em Josué de Castro, Padre Julio Lancelotti trava seu bom combate. Defende as populações de rua, os sem teto e combate a política armamentista de um grupo que a partir de um golpe de estado assaltou o poder para exercer uma política necrófila de extermínio dos mais pobres e agora prepara seus seguidores para uma guerra civil.
A asfixia das atividades artísticos, culturais e educativas é parte essencial da construção deste abominável mundo novo. Menos as pessoas entendem o que está acontecendo, mais vulneráveis elas se tornam.
O caos no processo de vacinação da população é construído de forma minuciosa e faz de um vírus letal, poderosa arma para colaborar no extermínio dos mais vulneráveis produzidos a custa do desemprego, da fome e da ignorância.
A recriação do Ministério da Cultura com funções de Estado, o relançamento de todas as atividades criativas, a ANCINE funcionando a todo vapor serão a vacina que precisamos para sustentar o debate nacional sobre o futuro que desejamos.
Tenho acompanhado através da mídia nacional a discussão estabelecida em torno do preço do petróleo. Sim, a verdadeira questão é esta: num país onde a economia derrete a olhos visto, o dólar valoriza a cada dia, devemos pagar o combustível que move nosso país em valores nacionais ou pagamos pautados pelas bolsas internacionais para que essa abstração chamada “mercado”, continue lucrando com a fome alheia.
Sem Arte e Cultura livres e pulsantes não haverá debate sobre nação, liberdade, ecologia, direitos da natureza, direitos humanos, futuro….
O 26o. Encontro dos Estados Gerais Da Cultura recebe hoje com muita alegria Leonardo Boff . Seguimos nessa caminhada com o tema Cultura é Vida, é Política.
P.S. Neste caos, um única boa notícia: o funesto ministro da economia já derreteu. Basta ensacá-lo e jogar fora.
Texto de Silvio Tendler lido por Eduardo Tornaghi, que com o poema de Braulio Tavares
O caso dos 10 negrinhos (Romance Policial Brasileiro)
Nove negrinhos fugindo e um deles, o mais afoito,
dançou: cruzou com uma bala…Correram oito.
Oito negrinhos trabalham de revólver e canivete;
roupa cáqui vem chegando, fugiram sete.
Sete negrinhos passando pela rua de vocês;
alguém chamou a polícia, correram seis.
Seis negrinhos dão o balanço:bolsa, anel, relógio, brinco…
Houve um erro na partilha, sobraram cinco.
Cinco negrinhos de olho na saída do teatro.
Um vacilou, deu bobeira…Correram quatro.
Quatro negrinhos trombando,todos quatro de uma vez.
Um deles a gente agarra,mas fogem três.
Três negrinhos que batalham feijão, farinha e arroz.
Um se deu mal: a comida dava pra dois.
Dois negrinhos se embebedam de brahma, cachaça e rum.
Discussão, briga, navalha…e fica um.
E um negrinho vem surgindo
no meio da multidão.
Por trás desse derradeiro…
vem um milhão.