“Dia D” para o fundador da Wikileaks. #FreeAssange

O “Dia D” para Julian Assange será nesta terça-feira (20), quando os juízes britânicos do Tribunal Superior de Justiça de Londres examinarão um novo recurso do australiano contra sua extradição para os Estados Unidos. Paralelamente ao julgamento do recurso, entidades de jornalistas e movimentos populares estarão mobilizados no mundo, sobretudo no Brasil em prol da liberdade do fundador da Wikileaks.

“Se Assange falhar nesta última tentativa perante a justiça britânica, ele terá esgotado todas as vias de recurso no Reino Unido. No entanto, um último recurso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) “ainda é possível”, afirmou o grupo de apoio “Free Assange” em um comunicado divulgado em dezembro.

Com 52 anos, Assange está sendo processado nos Estados Unidos por ter publicado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas do país norte-americano, especialmente no Iraque e no Afeganistão. Ele foi detido pela polícia britânica em 2019, atualmente está preso na penitenciária de segurança máxima Belmarsh, em Londres. Antes passou sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar extradição para a Suécia. Caso seja extraditado, ele poderá ser condenado a uma pena de 175 anos em prisão de segurança máxima em condições desumanas”, fonte BdF.( clique aqui para saber mais)

Silvio Tendler na UNESCO! Cresce apoio à sua candidatura

Fernanda Montenegro, Letícia Sabatella, a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), e mais 500 pessoas que assinaram o Manifesto até o momento, apoiam a candidatura do cineasta Silvio Tendler a Embaixador do Brasil na UNESCO. Fernanda Montenegro gravou um áudio dirigido ao presidente Lula e destacando o papel excepcional de Silvio na história da cinematografia brasileira. “Estou entre os muitos apreciadores desse nosso referencial cineasta para embaixador junto a UNESCO. Aplaudiria a nomeação de Silvio Tendler com muita alegria, com muito agradecimento”.

Fernanda Montenegro

O artigo Por que sou candidato a embaixador da UNESCO?, publicado neste site, em dezembro de 2021 recebeu muitos comentários apoiando a ideia. São depoimentos inspiradores e de estímulo aos Estados Gerais da Cultural para fortalecer a campanha indicando o cineasta para representar o Brasil, numa instituição que atua em conexão com a educação, ciência e cultura.

“A UNESCO é um braço da ONU para a promoção cultural e a reabilitação da cultura – literária, dramatúrgica, imagística, plástica – como instrumento fundamental da transformação e da evolução humanas no mundo, num momento em que tantas forças reacionárias que pareciam adormecidas ressuscitam, no planeta inteiro, com a mesma velha fúria contra tudo o que seja renovador, criativo, transformador. Neste momento em que também o Brasil reage aos fantasmas de um passado sinistro, nenhum nome melhor para representar a cultura brasileira resistente, indomável, de volta finalmente ao mundo, do que o cineasta e pensador Sílvio Tendler – que resistiu à ditadura, resistiu à tentativa de ressurreição do fascismo, para estar na linha da frente do país renascido para a cultura também renascida do Brasil para o mundo.” Sergio Marques.

Delayne Brasil disse: “Silvio Tendler é o homem das embaixadas: não deixa a bola (ou a peteca) cair. Faz arte na vida; faz vida na arte. Luz, câmera e ação! É luz que brilha em nós e nos colore; câmera que foca os fatos e reverbera na caixa do peito, do crânio, tocando nossas almas e mentes; ação que nos comove, nos move junto, movimentos, coletivos. Silvio é cinema, é cultura. Já é embaixador na prática. Tê-lo na UNESCO seria (será!) mais um reconhecimento do do quanto sua vida é uma existência que vale a pena para tantos nós, para o Brasil e para o Mundo. Sua embaixada é de craque!”

“Silvio Tendler é o nosso memorialista visual maior, um cineasta que toca nas feridas abertas e conta as histórias do país nos livrando da narrativa oficial sempre duvidosa. Precisamos de ST para nos representar na UNESCO. Ninguém melhor do que ele poderá exercer a função de embaixador com uma visão humanista, sem preconceitos e com respeito à diversidade cultural do nosso país.” Eridan Suelena Leão de Souza.

João Damascento disse: “Eu apoio a candidatura do Sílvio Tendler para embaixador do Brasil na UNESCO.
O Brasil precisa se recolocar mo cenário internacional.”

“Acho um excelente nome para ocupar a representação brasileira. Culto, professor universitário e, sem duvida, um dos mais importantes diretores de cinema brasileiros.
Minha torcida é grande para sua nomeação.” Luiz Gravatá

Cleide Martins disse: “Faço muito gosto. Será um embaixador muito digno e capaz de influenciar positivamente o mundo em defesa da cultura, da arte e, em especial, do cinema, a serviço da construção de uma sociedade igualitária, justa, fraterna, solidária e feliz.
Estou na campanha. Onde depósito meu voto?”

Para Silvio Tendler é a hora de escolher um mundo menos bélico. “Os povos fazem a cultura. A indústria de armamento a guerra. Os governos serão agentes do povo ou agentes da morte? É hora de escolher!, afirma.

Assine manifesto de apoio a Silvio Tendler para representar o Brasil na UNESCO

Para apoiar a candidatura de Silvio Tendler a Embaixador Brasileiro na UNESCO, basta entrar no link ao final do texto

“Por que sou candidato a Embaixador na UNESCO?
Sou candidato a embaixador Brasileiro na UNESCO para defender internacionalmente um projeto para o cinema cultural, que, a cada dia, tem menos espaço nas salas de arte, filmes imprensados pela indústria do entretenimento e guetificados em espaços restritos. A UNESCO foi fundamental para o cinema cultural no pós guerra e no estímulo aos cineclubes, na formação de plateias e cineastas. Quero ajudar a desenvolver esse trabalho internacional e, aos 72 anos de idade, com ampla obra de criação premiada mundo afora, 41 anos como professor universitário e gestor público, ocupando diversos cargos na área cultural, me apresento como candidato a Embaixador do Brasil na UNESCO.”

Entre neste link para assinar

Dom Mauro Morelli aplaude e apoia candidatura de Silvio Tendler à UNESCO

O bispo católico Dom Mauro Morelli, que dedicou parte de sua vida na luta contra fome e desnutrição materno-infantil no Brasil, apoia e aprova a candidatura do cineasta Silvio Tendler para embaixador junto à UNESCO. Em seu manifesto publicado no Twitter, Morelli faz um apelo ao presidente Lula para que indique o nome do cineasta como representante brasileiro da instituição internacional porque reconhece em Tendler competência e ética para tratar do desafio da questão cultural. No seu raciocínio cultura deve ser evidenciada como ação de cidadania e não atropelada pela economia. Cita os filmes de Silvio Tendler, O Veneno está na Mesa e a Bolsa ou a Vida, como documentários insuperáveis na forma e conteúdo.

Dom Mauro Morelli

O voto favorável de Dom Mauro Morelli é mais um estímulo para o cineasta seguir em frente na sua candidatura. “A paz é a meta e a transversalidade o caminho. Em 2023 lembraremos do Chile de Salvador Allende, de Pablo Neruda, Victor Jara e Josué de Castro. Uma pessoa, uma causa não morre quando não é esquecida. Nossa luta é universal e a UNESCO pode ser o ponto de encontro de todas as artes, ciência, cultura, educação e tecnologia”, afirma Silvio Tendler.

Em toda sua trajetória no episcopado Dom Mauro Morelli teve atuação destacada na área social, sobretudo na questão da fome e miséria. Foi responsável pelo projeto Fome Zero e Ação da Cidadania junto com Hebert de Souza, o Betinho e membro do Comitê Permanente de Nutrição da ONU, entre outras atuações de destaque. Atualmente reside na cidade de São Roque de Minas, na Serra da Canastra e é bispo emérito residente da Diocese de Luz. Em seu perfil no twitter publicou seu apoio a Silvio Tendler e define-se como um peregrino em busca de um mundo novo com a Diaconia Franciscana Arca de Noé – Instituto Hárpia Harpyia.

Por que Silvio Tendler é candidato a Embaixador do Brasil na UNESCO?

” A arte não muda o mundo. Influencia as pessoas que mudam o mundo”, Silvio Tendler. A frase é do ‘cineasta dos sonhos interrompidos’ e também pensamento de todos que fazem parte dos Estados Gerais da Cultura, que apoiam a sua candidatura para Embaixador do Brasil na UNESCO. “A vida hoje exige uma transversalidade que a globalização na qual vivemos, faz da UNESCO, o organismo internacional adequado para construir esse debate que íntegra arte, educação, ciência e tecnologia”, afirma ele.

“Por que sou candidato a Embaixador na UNESCO?

Um dos fundadores da Unesco e um dos seu mais marcantes diretores foi o químico, Paulo Carneiro.
Faz parte dos costumes que o Embaixador Brasileiro não seja necessariamente um embaixador de cadeira.Posto em tempos recentes a Embaixada foi ocupada pelo cientista Israel Vargas, que substituiu o escritor e jornalista Fernando Pedreira.Sou candidato a embaixador Brasileiro na UNESCO para defender internacionalmente um projeto para o cinema cultural, que a cada dia tem menos espaço nas salas de arte, filmes imprensados pela indústria do entretenimento e guetificados em espaços restritos.A UNESCO foi fundamental para o cinema cultural no pós guerra e no estímulo aos cineclubes na formação de plateias e cineastas.Quero ajudar a desenvolver esse trabalho internacional e aos 72 anos de idade com ampla obra de criação premiada mundo afora, 41 anos como professor universitário e gestor público, ocupando diversos cargos na área cultural, me apresento como candidato a Embaixador do Brasil na  UNESCO.”

Silvio Tendler é um dos mais renomados documentaristas brasileiros e produziu filmes que são relatos e análises preciosas dos mais importantes momentos da história política e social de nosso país. Filmes memoráveis como Jango, Os anos JK, Militares da democracia, Privatizações: a distopia do capital e O veneno está na mesa e os mais recentes: A Bolsa ou a Vida e Saúde tem Cura. Todos podem ser assistidos no Youtube, no canal Caliban, cinema e conteúdo.

O cineasta dos ‘sonhos interrompidos’, como é conhecido pelos temas de seus filmes que destacam personalidades que não conseguiram concretizar seus projetos utópicos em prol de um mundo melhor, provocou um despertar entre artistas, intelectuais e profissionais. Um chamamento para que saíssem do estado de passividade e reagissem contra a destruição cultural no país. Uma convocação, um convite que resultou nos Estados Gerais da Cultura.

O movimento criado em 2020 – durante a pandemia, é amplo e plural em defesa da arte e cultura como valores coletivos, públicos, um direito constitucional e universal. Fazem parte dele artistas, intelectuais, profissionais e todos que acreditam na arte como meio de transformação social. “Somos pela liberdade e a paz dos povos, sem distinção de raça, credos e nacionalidade. Nosso lema é: ‘Com arte, ciência e paciência mudaremos o mundo’”.

“A gente está num momento de recriação do nosso Universo, do mundo como um todo. Estamos precisando lutar de forma internacional contra as guerras hoje simbolizadas, sobretudo pela Rússia e pela Ucrânia. Mas têm muitas guerras pelo mundo. Você tem hoje o drama dos imigrantes, que é universal, o drama da fome. Acho que a UNESCO pode ajudar nisso tudo, não como um órgão burocrático, mas sim como um órgão que atua na recriação de um mundo de paz e para promover a paz no mundo, deve-se passar  por tudo que a instituição trata – arte, ciência, educação e tecnologia. Para isso, precisamos trabalhar de forma conjunta e integrada com essas áreas e reviver e lutar, sobretudo por uma coisa que foi muito trabalhada pelo UNESCO nos anos 70, que foi a democratização da informação. Tem tudo a ver com os princípios dos Estados Gerais da Cultura. Quando pensei nos EGC, pensei muito na UNESCO. Nós fizemos durante um ano ou mais, durante a pandemia, uma espécie de UNESCO. Ouvimos cientistas, políticos, pesquisadores, artistas, com poucos meios que tínhamos e provocamos o debate. Assim, quero fazer de forma internacional”.

A Bolsa ou a Vida – qual é a escolha? Debate no Cineclube MuiraquitÃ

Um debate que mostrará ao público quanto vale a Vida no cassino financeiro para aquele que escolher a Bolsa… A cantautora Katya Teixeira, que participou da trilha sonora do filme A Bolsa ou a Vida, faz essa pergunta no início da sua canção. Beleza de música! É nesta terça-feira (01), às 19:30, que o cineclube MuiraquitÃ, do EGC, em parceria com a Rádio Navarro, promove um debate imperdível sobre esse documentário de Silvio Tendler feito durante o período de pandemia no Brasil. O economista Eduardo Moreira, o Soca, idealizador da Casa da Cultura na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, Silvio Tendler, Hélène Pailhous, e as apoiadoras Zeze Sack, Vera Perfeito, Moema Coelho, Janine Malanski. Uma parceria de Estados Gerais da Cultura e Rádio Navarro, farão a análise sobre o documentário.

Nem o isolamento por conta da pandemia foi capaz frear a inquietação do genial cineasta, seu pensamento crítico, utopias, sensibilidade diante das desigualdades sociais que não o deixam parar de documentar, sobretudo nesse momento sombrio na história da humanidade. O seu isolamento foi apenas físico, considerando que nunca esteve tão presente e ativo no mundo virtual. Pela internet coordenou ações, entrevistou, definiu filmagens, dados, vivências, opiniões nacionais e internacionais, para denunciar um sistema genocida que valoriza mais o mercado financeiro do que a vida.

Os entrevistados mostram a realidade nua e crua. Emocionam inúmeras vezes como o Padre Júlio Lancellotti que conta de uma família de moradores de rua e onde vivem penduraram um crucifixo num poste luz. “Apesar da miséria absoluta, eles têm fé”.

A indignação aflora quando Rita Von Hunty, professora e celebridade Drag Queen, fala que o número de bilionários no planeta conseguiriam acabar com a pobreza do dia para noite vezes sete. 

A reflexão surge quando a indígena Márcia  Mura, nos remete a ditadura de costumes e hábitos impostos pelo colonizador. Quando o  chefe do povo indígena Suruí, Almir Narayamoga, reconhece que a Terra e Água não podem ser privatizadas. A revolta é inevitável quendo o economista americano,  Jeffrey Sachs, fala sobre a fortuna de Jeff  Bezos, proprietário da Amazon, que cresceu em 2020 em 80 bilhões de dólares

Cineclube MuiraquitÃ: militares que foram contra o Golpe de 64

https://www.youtube.com/watch?v=uedU5PPxZRg

Num momento em que nossa democracia está em risco os Estados Gerais da Cultura, Caliban e Rádio Navarro, promovem a estreia do novo CineClube MuiraquitÃ, com um debate sobre o filme Militares da Democracia, de Silvio Tendler, nesta terça-feira, às 19:30, no Canal do Youtube da Rádio. O documentário, em cinco episódios de 50 minutos, revela os bastidores da trama que depôs o então presidente Jango Goulart em 31 de março de 1964, com depoimentos contundentes de militares que foram contra o Golpe Militar de 64, que resultou numa ditadura militar de 21 anos.

“Anos de Chumbo” assim ficou conhecido esse período, cujo comando do governo brasileiro era militar e pode ser considerado como uma mancha de sangue na história do Brasil deixando marcas que jamais serão esquecidas, sobretudo por aqueles que foram torturados e perderam seus ‘entes queridos’ pela violência e repressão de militares da extrema-direita. É um alerta à sociedade brasileira que pouco ou nada sabe a respeito dos oficiais que se opuseram ao golpe de 1964.

Um dos depoimentos é do capitão Sérgio Carvalho, o Sérgio Macaco, paraquedista da Força Aérea Brasileira (FAB) e do Para-Sar, que se recusou a cumprir ordens do brigadeiro João Paulo Moreira Burnier, em 1968, para explodir o gasômetro do Rio de Janeiro, dinamitar a represa de Ribeirão das Lages e jogar 40 líderes políticos no oceano para depois pôr a culpa na esquerda. Na lista dos alvos, estavam Carlos Lacerda, Juscelino Kubitschek, D. Hélder Câmara e o líder estudantil Vladimir Palmeira. O filme pode visto pelo Canal Youtube Estados Gerais da Cultura ou pela Caliban, ou Rádio Navarro até a meia-noite do dia 25/10 (terça-feira).

O cineasta Silvio Tendler com mais de 300 documentários em seu currículo, entre eles JK, Jango e Tancredo, participa do debate. E ainda o jornalista e escritor Cid Benjamin, exilado que participou da luta armada e do sequestro do embaixador americano Charles Elbrick no Rio. Também o general de brigada Bolivar Marinho Soares de Meirelles, preso e afastado das Forças Armadas ao se envolver na luta pela anistia dos militares cassados e perseguidos, além do economista Pedro Moreira Lima que falará de seu pai o brigadeiro da Aeronáutica Rui Moreira Lima, preso e cassado pelo golpe militar após a recusa de entregar a base aérea de Santa Cruz, no Rio de Janeiro, da qual era comandante.

Muiraquitã é o amuleto que Makunaími, personagem indígena que tornou-se conhecido dos brasileiros por intermédio do livro do escritor modernista Mário de Andrade Macunaíma, o herói sem nenhum caráter. Até então. Mas no mundo contemporâneo, que indígenas conseguiram ter mais voz, o artista plástico Jaider Esbell (1979-2021), que se coloca como neto de Makunaími, trata do personagem como um ser divino, incontornável do imaginário indígena da região de Circum-Roraima, na área da tríplice fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana.

“Vamos juntos nessa! Uma Frente para criar Forças AMADAS e Escola Superior de Paz “. Silvio Tendler

POR UM MUNDO DE PAZ:
uma proposta da Escola Superior de Paz dos Estados Gerais da Cultura

por Silvio Tendler

“Quelle connerie la guerre!”
(“Que babaquice a guerra!”) Jacques Prévert

Por um mundo sem a existência das Forças Armadas e no seu lugar Forças AMADAS. Por um mundo que a Escola Superior de Guerra seja transformada numa ESCOLA SUPERIOR DE PAZ.

Durante a pandemia, todos nós que saíssemos vivos tínhamos uma promessa de um mundo melhor. Já passa da hora de nos voltarmos a um crescimento centrado nas preocupações sociais humanitárias e voltado para o desenvolvimento sustentável. 


O século XXI chegou e as guerras continuam a colocar em risco a vida no planeta. Ainda pior, com uma potente aliada virtual, a guerra híbrida, que criou o lawfare e que inunda os lares e envenena a mente das pessoas com conteúdo tóxicos, mentiras e ódio verbal. Só privilegia regimes autoritários e enriquece as mega plataformas – mídias sociais. 

Acreditamos na UTOPIA  como acreditaram dois jovens, nos anos 60, ao criarem o movimento Provos.

Uma iniciativa que provocou grandes transformações na Holanda e inspirou importantes movimentos de contracultura no mundo. Tudo começou na década 60, na cidade de Haia, Holanda, quando os jovens, ainda estudantes e brincavam, viram passar mísseis da Otan. Ficaram surpresos ao ver o país ser ocupado por aquele arsenal nuclear.  Se o final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coréia representavam um mundo de paz, o que era aquilo? Não estávamos a caminho de um mundo sem guerras?A resposta que receberam a esses questionamentos foi a expulsão da escola. O Provos começou a tomar forma, como provocação, porém pacífica. Diante da difusão de armas nucleares pela Europa e a ameaça à prometida paz, o grupo propunha a construção de uma sociedade alternativa ao mundo bélico.

Para eles, os movimentos anarquistas anteriores defendiam ideias já superadas pelo tempo. Decidiram, então, fazer um jornal e, para comprar uma máquina de escrever, um deles foi trabalhar em uma fábrica de cerveja, em Amsterdã, com a função de colocar chapinhas nas garrafas. Ao perguntar aos seus colegas operários o que fariam se fossem pagos para escrever, ler, pensar e se dedicar a atividades criativas, ouviu a negativa “nós não podemos abandonar nossa classe, não podemos abandonar o nosso trabalho”. Foi ali que perceberam que a conservadora classe operária jamais mudaria o mundo, e avançaram a discussão sobre os movimentos sociais, questionando as formas de contestação política tradicionais.

O primeiro ato que promoveram foi pintar uma bicicleta de branco e deixá-la pelas ruas de Amsterdã para uso coletivo, quem precisasse a usava. Foram acusados de tentar destruir o capitalismo e seus princípios essenciais de propriedade e lucro. O protesto ganhou vida própria e as bicicletas brancas se multiplicaram pela cidade. Publicaram um manifesto, que logo foi proibido pelo prefeito da cidade de ser distribuído. Os jovens, então, distribuíram rolos de papel higiênico sem palavras, aprofundando o protesto. Fundaram a “Igreja da Dependência Consciente da Nicotina”, cujo templo era aos pés da estátua Lieverdje, que representa um menino de rua, e havia sido doada para Amsterdã por uma indústria de tabaco responsável por uma quantidade expressiva de pessoas com doenças pulmonares. Lá, entoavam semanalmente o mantra “cof, cof, cof, cof”, dançavam, cantavam, jogavam e faziam discursos, o que virou a religião do Cof-cof.

Seus protestos, inteligentes e pacíficos, continuamente denunciavam a violência policial. A popularidade dos Provos chegou ao nível de tornarem-se uma atração turística. Com isso, consideraram que suas ações começaram a servir ao capitalismo e decidiram pela dissolução do grupo, mas como uma pedra que se joga num lago de águas plácidas e provoca ressonâncias, novas ideias espraiaram mundo afora. Guy Debord, filósofo e sociólogo, escreveu “A Sociedade do Espetáculo” inspirado nesses movimentos. Também foram a fonte da Internacional Situacionista.

As guerras só se justificam contra as tiranias. Contra a violência dos tiranos, não há paz possível. Hoje, o mundo observa perplexo o recrudescimento dos movimentos fascistas em todas as partes. Lutar contra esses movimentos é tarefa essencial de todos os democratas. Na Europa, plantam-se raízes para uma terceira guerra mundial. No conflito entre EUA, Rússia, Ucrânia e Otan, não há mocinhos nem bandidos. Em todos os territórios, quem perde é o povo.

Biden “precisa salvar a economia” instigando mais um conflito de proporções globais. Incita a guerra entre Rússia e Ucrânia para vender armas da indústria bélica americana e assim gerar emprego nos EUA, ao mesmo tempo em que testa a eficácia de suas armas às custas do sangue alheio, para no futuro ainda serem pagos pelos ucranianos a um “preço justo” pela “gentileza” de terem cedido o armamento.

Putin “precisa provar” algo que o leva a destruir, sem cerimônia, casas e habitantes do país vizinho. Caso seja derrotado, terá que assumir com os EUA uma dívida de guerra. Zelensky é o tolo que puxa o saco dos EUA e da Europa às custas da vida de seu povo. A Otan, instrumento criado durante a Guerra Fria para lutar contra o comunismo, mesmo depois do fim da URSS, continua mobilizada e agressiva, incentivando o ódio e ameaçando nações.  

Todos posam de santo em uma guerra que de santa não tem nada. A “neutra” Suécia vende aviões militares para o Brasil. A “neutra” Finlândia leva água das veredas de nosso sertão sob a forma de eucalipto para fabricar papel, assassinando a natureza através do desequilíbrio ecológico que provocam. Uma guerra onde toda a população perde e só os governantes, que não estão nas frentes de batalha, tem seus ganhos. Nada disso se justifica em 2022!


Enquanto isso, um “tiranossauro fascista” na presidência do Brasil e seu grupo de devotos aniquilam o país à força, destruindo a natureza, os seres humanos e as fibras da sociedade. Em pleno ano de eleição, ameaçam nosso tão arduamente reconquistado direito ao voto. Através da truculência como arma de persuasão, ensaiam um golpe de estado que arruinará o pouco de democracia que ainda nos resta. Junto a ele, as Forças Armadas do Brasil, tradicionalmente se posicionam contra os interesses dos brasileiros, com um modelo militar arcaico e de formação antidemocrática. E ainda, a cobiça pela Amazônia – menos pelo que ela representa para a natureza, e mais pela exploração de seus valiosos recursos – é o que pode fazer do Brasil foco da iminente terceira guerra mundial.

Sejamos inteligentes! Só uma outra sociedade poderá nos salvar de toda a destruição que nos vem sendo imposta! 
A política que precisamos é a dissolução das Forças Armadas, transformando-as em Forças AMADAS, em defesa da vida. Uma academia que, em vez de guerra, promova a paz e resguarde seres humanos, mamíferos, carnívoros, granívoros, minerais, vegetais, líquidos, sólidos, gasosos… As academias militares convertidas em academias de preservação da vida nos livrarão da política predatória que concentra dinheiro nas mãos de poucos em detrimento de todo um ecossistema. A Escola Superior de Guerra extinta e a fundação de uma Escola Superior de Paz é o que efetivamente poderá proteger a todos e todas que ocupam esse planeta chamado Terra, nesse pedacinho chamado Brasil. Concentrar nossas forças na valorização à vida é o que de fato nos fará melhores!

A construção de uma nova sociedade, uma sociedade harmônica, focada na civilidade, é o nosso objetivo. Educação e moradia de qualidade, emprego, água limpa, saneamento básico, saúde, arte, cultura e tecnologia a serviço de todos! Corro o risco de cometer uma heresia, porém, afirmo: o que é ruim não é o agronegócio, mas sim o latifúndio improdutivo, a imensa concentração de propriedades nas mãos de apenas alguns, que impedem que milhões tenham acesso à terra para viver e cultivar. O que é ruim é o uso de agrotóxicos, que envenena e mata todo tipo de vida sobre a terra. O que é ruim não é a indústria da construção, mas a destruição inescrupulosa dos ecossistemas, a exploração das terras de nossos povos originários pela mineração absolutamente predatória, que assassina, que ceifa vidas, que destrói a natureza. O valor da propriedade urbana deve ser medido pela necessidade de fornecer moradia a todos, e não como produto para uma mera especulação imobiliária.

A todos que trazem dentro de si a certeza sobre a preciosidade de nossas vidas, convido a endossar esse manifesto. A criação de uma frente que una todos em defesa da democracia, que junte todas as forças anti-fascistas, é fundamental nesse momento para evitarmos o pior. 


Uma FRENTE AMPLA DEMOCRÁTICA!  Essa chamada, essa frente, é uma convocatória àqueles que queiram se juntar em defesa do direito de viver, a todos que reconhecem a importância de seguir em frente com nossos princípios: com arte, ciência e paciência mudaremos o mundo! Escrevo com a certeza de que cabemos todos nesse imenso território chamado Brasil. Vida acima de tudo!

Silvio Tendler é cineasta e autor de memoráveis documentários sobre ativismo social e político. Também idealizador dos Estados Gerais da Cultura, movimento criado para contrapor as medidas de destruição aniquilamento da cultura brasileira colocado em prática no governo de Jair Bolsonaro. Siga o EGC nos Youtube, Instagram, Facebook, Twitter. As obras de Silvio Tendler, filmes como Jango (premiado), A Bolsa ou a Vida, sobre a pandemia, estão disponível em seu canal Calibancinema (clique aqui)

Nossa homenagem a Bira Carvalho, o poeta da fotografia

foto by Bira Carvalho- todos os direitos reservados

Bira Carvalho partiu sem nos dar tempo para despedidas. Sabia ele, na sua simplicidade existencial, que despedidas são dolorosas e resolveu sair rapidamente de cena, assim como foi ágil e sensível em descobrir que a arte seria bálsamo e caminho para superar as limitações como cadeirante, em consequência de um tiro que levou na juventude. Grande artista, poeta da fotografia que colocou a favela em pauta ao retratar com carinho e paixão o lugar onde sempre viveu, a favela Nova Holanda, a rua, basicamente todo o Complexo de Favelas da Maré.

foto by Bira Carvalho/ Prêmio Pipa

Num depoimento emocionante, Bira Carvalho deixou claro que a arte é o caminho e a cura. “Eu, com a fotografia e com a arte comecei a perceber belezas aonde eu nem sempre via, na minha família, na favela onde moro, em mim mesmo”, falou Bira no vigésimo encontro dos Estados Gerais da Cultura. O seu trabalho colaborou no processo de colocar nas mãos dos moradores a narrativa da favela e não sendo feita por pessoas de fora. Para ele foi a grande revolução, silenciosa, porém potente. “O morador de favela se reconhece como morador da favela, que antes tinha vergonha, agora se vê belo, sendo ‘black’, gosta da cultura produzida na própria favela e também curte outras (…). Quando você começa ter acesso a isso, acontece o enraizamento, já não é tão fácil derrubar”.

Ana Maria Nogueira, que integra os Estados Gerais da Cultura, conta que conheceu Bira Carvalho no encontro dos EGC. “Me impressionou a maestria e sensibilidade das fotos dele”, afirma. “Minha primeira impressão foi de um homem forte, muito sensível e extremamente tímido. Lembro que ele quis se juntar a nós depois da live, num bate papo que fazíamos sempre para avaliar os encontros dos EGC. Foi uma surpresa agradável e claro que muito valiosa para o grupo, já que os comentários do Bira trouxeram a preciosa “visão de fora”.
A partir daí comecei a seguir o Bira no Instagram. E a trocar impressões com ele, fazer perguntas sobre as fotos. Sempre me respondia. O que me impressionou em suas fotos foi a delicadeza no registro do dia a dia da favela. As diferentes formas de trabalho, as brincadeiras de crianças, os homens e as mulheres. Peguei o hábito de dar uma olhada nas fotos do Bira todos os dias. E pretendo continuar a fazer isso. Bira merece uma exposição. Seu trabalho nos dá oportunidade de conhecer a intimidade de um lugar muito desconhecido da maioria dos brasileiros, demonizado ou romantizado, mas pouco conhecido”.

Os Estados Gerais da Cultura não poderiam deixar de prestar homenagem a esse poeta da imagem, a voz do povo e reforçar o que o Complexo da Maré todo diz: “cria da Maré não morre, vira lenda”. Seu depoimento emociona e preenche um pouco o vazio da falta física ao assistir de novo o seu depoimento sincero para perceber que suas ideias permanecem para sempre. Confiram abaixo:

Dia da Consciência Negra.Até quando esses versos de Castro Alves vão continuar atuais?

Execução de Punição por Flagelo – Jean Baptiste Debret

Com trechos do poema Navio Negreiro, de Castro Alves, que integra o poema épico Os Escravos, os Estados Gerais da Cultura refletem sobre o Dia da Consciência Negra, num momento sombrio de retrocesso que o Brasil passa neste 20 de novembro de 2021. A potente interpretação na voz de Eduardo Tornaghi e a montagem de imagens e vídeo feita por Rubens Ragone nos envolvem nas rimas da poesia de Castro Alves, que foi a voz mais eloqüente e forte na defesa da raça negra e de sua libertação do cativeiro. Confiram o vídeo e leiam abaixo trechos da poesia em texto:

(…) Mas que vejo eu aí… Que quadro d’amarguras!
É canto funeral! … Que tétricas figuras! …
Que cena infame e vil… Meu Deus! Meu Deus! Que horror!

Era um sonho dantesco… o tombadilho
Que das luzernas avermelha o brilho.
Em sangue a se banhar.
Tinir de ferros… estalar de açoite…
Legiões de homens negros como a noite,
Horrendos a dançar…

Negras mulheres, suspendendo às tetas
Magras crianças, cujas bocas pretas
Rega o sangue das mães:
Outras moças, mas nuas e espantadas,
No turbilhão de espectros arrastadas,
Em ânsia e mágoa vãs!

E ri-se a orquestra irônica, estridente…
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais …
Se o velho arqueja, se no chão resvala,
Ouvem-se gritos… o chicote estala.
E voam mais e mais…

Presa nos elos de uma só cadeia,
A multidão faminta cambaleia,
E chora e dança ali!
Um de raiva delira, outro enlouquece,
Outro, que martírios embrutece,
Cantando, geme e ri!

No entanto o capitão manda a manobra,
E após fitando o céu que se desdobra,
Tão puro sobre o mar,
Diz do fumo entre os densos nevoeiros:
“Vibrai rijo o chicote, marinheiros!
Fazei-os mais dançar!…”

E ri-se a orquestra irônica, estridente. . .
E da ronda fantástica a serpente
Faz doudas espirais…
Qual um sonho dantesco as sombras voam!…
Gritos, ais, maldições, preces ressoam!
E ri-se Satanás!…

Senhor Deus dos desgraçados!
Dizei-me vós, Senhor Deus!
Se é loucura… se é verdade
Tanto horror perante os céus?! (…)

(…) Existe um povo que a bandeira empresta
P’ra cobrir tanta infâmia e cobardia!…
E deixa-a transformar-se nessa festa
Em manto impuro de bacante fria!…
Meu Deus! meu Deus! mas que bandeira é esta,
Que impudente na gávea tripudia?
Silêncio. Musa… chora, e chora tanto
Que o pavilhão se lave no teu pranto! …

Auriverde pendão de minha terra,
Que a brisa do Brasil beija e balança,
Estandarte que a luz do sol encerra
E as promessas divinas da esperança…
Tu que, da liberdade após a guerra,
Foste hasteado dos heróis na lança
Antes te houvessem roto na batalha,
Que servires a um povo de mortalha!…(…)