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Poema de Salgado Maranhão dedicado a Elton Medeiros
Sou da terra
dos tambores que falam.
E guardo no corpo a memória
que acorda o silêncio.
Eu vi a lua descer
para assistir minha mãe
dançar.
a camponesa que amava
latim.
eu vi a mão preta açoitar
o tambor; eu ouvi
roncar a madeira sagrada:
o rito da voz ancestral
antes do cogito e da parabólica.
Poema declamado por Eduardo Tornaghi
A cultura brasileira nasce de uma fricção entre um poder colonial que se orgulhava de as terras viciosas ir devastando com dizia Camões. Um povo que foi se formando com índios negros. e pobres. Mas somos um povo limpo, mas com toda a pressão do individualismo, da grana, do lucro, do desprezo pela vida humana, esses negros e índios conseguiram criar uma mentalidade de um povo que se abraça, que não é o europeu. Um povo que gosta de ficar amigo do estranho, que batuca e sacode, que solta o corpo, um povo que festeja a alegria antes do lucro.
Nós somos um povo lindo e devemos isso uma sabedoria ancestral que veio com algum negro que depois de 16 horas direito antes de entrar na senzala parou os companheiros e disse, não peraí gente, vamos sacudir o corpo aqui, batucar um pouquinho porque se a gente for deitar assim a vida vai ficar um inferno. Podem nos levar tudo, podem roubar tudo, não vão amargar a nossa alma. Não podem levar nossa alegria, nossa esperança. É dessa tradição, dessa sabedoria que estamos falando. Nós brasileiros precisamos olhar e aprender essa sabedoria que não é a europeia.