14 de março: Marielle presente!

Os Estados Gerais da Cultura nasceram como uma reação da sociedade. O Estado tira e a sociedade vai lá e constrói porque nós acreditamos que a cultura é a base de tudo. A cultura é a base da família, que o presidente tanto preza, é a base da economia, da qual ele tanto fala. Tudo se resume na cultura de um povo.

E toda a cultura de todos os povos foram feitas de baixo para cima. Foram feitas pelo povo. Nós temos hoje aqui o exemplo da Amanda que está vendo que o Estado está recusando o seu direito de estudar. O exemplo do Maurício, do Cavi, das pessoas que fazem acontecer porque o nosso povo cria as suas alternativas. A rapaziada vai lá e faz as suas bibliotecas.

Hoje nós estamos comemorando três anos que Marielle floresceu. Marielle é fruto de um movimento desse; de uma biblioteca ou de um curso de preparação para o vestibular, para passar e vencer as etapas. É uma luta de toda a sociedade.

Se fundamenta lá, na Carolina de Jesus que depois ‘boom’ inicial foi esquecida, deixada de lado, não tinha importância e precisou de repente Marielle morrer para o movimento negro renascer e para Carolina voltar às estantes das bibliotecas.

Não adianta eles matarem Marielle e a luta do Abdias do Nascimento (negro, poeta, escritor, ativista) também não foi em vão; o que Carolina Maria de Jesus( negra, escritora e poetisa) escreveu não foi apagado. Tem toda uma geração construindo este país de baixo para cima. Então, queria sugerir a todos os meus compatriotas que seguissem o exemplo de Mário de Andrade, Villa Lobos, Guimarães Rosa…

Vamos ficar mais perto do povo. Aprender e não ensinar!

Tá na hora de aprender com as pessoas de Paraisópolis como se organiza isso. Tá hora de aprender com estes meninos que estão falando hoje para nós como a gente organiza a educação popular. Vamos aprender com a luta da Amanda como lutamos por um espaço nesta país que ainda fecha as portas.

Quero dedicar minha homenagem também a um cidadão: José Carlos Brasileiro, jovem, negro, que criou mais que uma biblioteca numa penitenciária, mas um projeto de educação.

  • Pensata colocada no encontro Bibliotecas Comunitárias: Leitura e pensamento nos territórios e lida por Eduardo Tornaghi

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