Cineclube MuiraquitÃ: Chico Mário é o filme para debate

“Chico Mário” é o filme do Cineclube Muiraquitã

“Chico Mário, a Melodia da Liberdade”, documentário de Silvio Tendler será exibido na terça-feira (6/12), a partir das 10h no Cineclube Muiraquitã pelo link https://www.youtube.com/watch?v=6kGCBLff7cw

O filme lembra a trajetória de um músico reconhecido por seus pares como um dos mais talentosos do seu tempo e que precisa ser descoberto por quem gosta de música de qualidade.

Francisco Mário de Souza (1948-1988) tinha um DNA marcadamente mineiro e uma forte vertente instrumental, mas era fluente em vários idiomas da música brasileira, do popular ao erudito, e apostou na diversidade de ritmos, estilos e formas harmônicas.

Compositor e violonista com uma imaginação sempre em ebulição, percorreu caminhos
melódicos da música clássica e da nordestina, do choro, do sambando, em uma catarse que resultou em oito discos autorais em apenas nove anos.

Irmão do cartunista Henfil e do sociólogo Betinho, Chico Mário teve trajetória marcada pelo sentido de urgência que a hemofilia impõe aos seus portadores. Assim como seus irmãos, foi contaminado pelo vírus da AIDS no final dos anos 1980 em uma transfusão de sanguessuga. Seus 39 anos foram de luta pela vida, por uma sociedade mais justa e pela música no final dos anos 1970, quando a música instrumental não encontrava espaço nas rádios e gravadoras, Chico Mário abriu espaço para o gênero.

Foi fiel aos seus ideais de não compor apenas para atender à dinâmica do mercado fonográfico, mas sim em função das suas inquietações como artista. Em sua curta, mas intensa carreira musical, fez parcerias com artistas como Joyce, Quarteto em Cy, Antonio Adolfo, Aldir Blanc, Ivan Lins, MPB-4, Boca Livre, Danilo Caymmi.

Foi um dos nomes centrais do movimento pela música independente e precursor do financiamento coletivo, que hoje chamamos de crowdfunding. Sem fazer concessões ao mercado de consumo, costumava dizer que Bach só foi reconhecido cem anos depois da sua morte.

O documentário conta com a participação da Orquestra Ouro Preto, que homenageou o artista com o concerto “Ressurreição: Chico Mário 70 anos”, apresentado no Sesc Palladium, em Belo Horizonte, em 2018. O cantor e compositor Lenine e a atriz Bárbara Paz leem trechos de
diários e cartas de Chico Mário.

Seus filhos Marcos, que assina a idealização do projeto, e
Karina Souza interpretam canções. Os violonistas Gilvan de Oliveira, Geraldo Vianna, Weber Lopes e João Camarero falam sobre a importância de Chico Mário para a canção e para a música instrumental e também interpretam músicas.

Familiares e amigos de longa data, comoo crítico musical Tárik de Souza e o músico e arranjador Jaime Alem, participam do documentário, que foi um convite da família Souza ao cineasta Silvio Tendler.

No documentário há entrevistas com Ana Souza, Antonio Adolfo, Filó de Souza, Geraldo Vianna, Gilvan de Oliveira, Glória Souza, Jaime Alem, João Camarero, Karina Souza, Marcos Souza, Nivia Souza, Regina Souza, Rodrigo Toffolo, Tarik de Souza e Weber Lopes.

Às 19h30min nos canais do YouTube da Rádio Navarro e/ou dos Estados Gerais da Cultura haverá um debate sobre o documentário, com a participação do diretor Silvio Tendler, autor de mais de 300 documentários; Marcos de Souza, filho de Chico Mário e idealizador do projeto; e Antero Cunha, jornalista, advogado, cinéfilo e um dos fundadores do Cineclube Macunaíma. O mediador é o jornalista Marcus Miranda, que trabalhou em diversas assessorias de comunicação e foi subsecretário de Comunicação do prefeito Cesar Maia.

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