“Dia D” para o fundador da Wikileaks. #FreeAssange

O “Dia D” para Julian Assange será nesta terça-feira (20), quando os juízes britânicos do Tribunal Superior de Justiça de Londres examinarão um novo recurso do australiano contra sua extradição para os Estados Unidos. Paralelamente ao julgamento do recurso, entidades de jornalistas e movimentos populares estarão mobilizados no mundo, sobretudo no Brasil em prol da liberdade do fundador da Wikileaks.

“Se Assange falhar nesta última tentativa perante a justiça britânica, ele terá esgotado todas as vias de recurso no Reino Unido. No entanto, um último recurso ao Tribunal Europeu de Direitos Humanos (TEDH) “ainda é possível”, afirmou o grupo de apoio “Free Assange” em um comunicado divulgado em dezembro.

Com 52 anos, Assange está sendo processado nos Estados Unidos por ter publicado, desde 2010, mais de 700 mil documentos confidenciais sobre as atividades militares e diplomáticas do país norte-americano, especialmente no Iraque e no Afeganistão. Ele foi detido pela polícia britânica em 2019, atualmente está preso na penitenciária de segurança máxima Belmarsh, em Londres. Antes passou sete anos confinado na embaixada do Equador em Londres, onde se refugiou para evitar extradição para a Suécia. Caso seja extraditado, ele poderá ser condenado a uma pena de 175 anos em prisão de segurança máxima em condições desumanas”, fonte BdF.( clique aqui para saber mais)

Portinari e os Direitos Humanos

Café – Cândido Portinari 1935

Vale a pena ver de novo o encontro realizado pelos Estados Gerais da Cultura sobre Cândido Portinari e os Direitos Humanos quando o Brasil assiste a aprovação da PL 490, do Marco Temporal pelo legislativo, que restringe a demarcação das terras indígenas e enfraquece o direito dessas populações, além de colocar em risco áreas de florestas preservadas.

Cândido Portinari foi um humanista e pela aguçada sensibilidade mostrou em suas obras o Brasil escravagista e o brasileiro simples, sofrido e trabalhador. Portinari viu o perdão no olho do mendigo. Portinari viu o que povo brasileiro não podia ver, o que estava escondido e mostrou para nós em suas telas. Portinari ajudou o Brasil a ver o Brasil de verdade. Não aquele que tentava imitar a capital dos colonizadores. O que nós éramos, a beleza do que nós somos”, foi a emocionante definição do ator Eduardo Tornaghi, na Pensata dirigida ao encontro. 

Todas as obras de Portinari estão disponibilizadas didaticamente no Google Art

Cândido Portinari foi pintor, gravador, ilustrador e professor. Nascido em Brodowski/SP, foi dos mais importantes nomes do modernismo brasileiro, reconhecido internacionalmente. Mudando suas técnicas ao longo do tempo, Portinari nunca perdeu o foco no povo brasileiro, suas mazelas sociais e na questão dos direitos humanos.

O filho, João Candido Portinari, trabalha há décadas na catalogação do acervo de Portinari. Graças ao levantamento minucioso feito por ele, foi possível catalogar mais de cinco mil pinturas e 30 mil documentos. João Candido possui Ph.D. pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT/EUA) e está a frente do Projeto Portinari, que desde 1979 dedica-se à democratização da vida e obra de seu pai.

Carnaval é multicêntrico!

Embaixadores da Alegria Foto via Silvio Tendler

A interrupção abrupta de dois anos sobre o Carnaval, provocado pela pandemia covid19, tem sido pedagógico para a compreensão profunda desse fenômeno tão importante no significado da vida da população brasileira. Ele mobiliza crianças, jovens e adultos na produção dessa arte cênica que revira as vísceras do cotidiano, como processo político mais participativo, na expressão da identidade mais límpida do que significa o Brasil.Pode-se dizer que no Carnaval, politica, religião, não só se discute mas é inspiração profunda, transversalizada na potência da sexualidade, no milagre das máscaras, que INVERTE a burocracia do dia a dia

Flavio Lara, dos EGC, e a Velha Guarda das favelas Cantagalo Pavão e Pavãozinho. Segundo ele, foi acolhido e com eles foi desfilar pelo Alegria da Zona Sul lá em Madureira as 6:00 do domingo de carnaval. (imagem cedida por Flávio)

Pode-se dizer que no Carnaval, politica, religião, não só se discute mas é inspiração profunda, transversalizada na potência da sexualidade, no milagre das máscaras, que INVERTE a burocracia do dia a dia.

É no Carnaval que a história originária do Brasil e sua sequência vêm à tona, inclusive, de forma mais compreensível e universal do que nas instituições escolares. Também pudera, sem grade curricular e carga horária, que controlam as disciplinas, a música, a dança e liberdade “libidinosa”, literalmente, ganham corpo.

Silvio Tendler no Embaixadores da Alegria

A visão crítica do cotidiano obtuso e da estrutura que o condiciona, é feita com arte e de forma explícita. Todavia, a “Inversão” de classe que se verifica é de impressionar os clássicos: o asfalto se representa nas ruas, com blocos da diversidade, enquanto a grande arte cênica da Avenida Sapucaí e outras pelo país, é protagonizada pelas favelas e periferias (apelidada de “comunidades”), organizada em Escolas de Samba, que “negociam” as condições de mercado, inclusive, as transmissões visuais, com TV, marketing, design…, enfrentando as contradições do Samba Enredo e e suas Representações.

Bloco do Cccp.Comuna que os Pariu. A turma do EGC caiu na folia, Silvio Tendler, Rubens Ragone, Vladimir Santafé, Fabiana, Flávio, Tornaghi, e muito gente alegre.

Entre os tratamentos acadêmicos, destaque para o clássico do antropólogo Roberto da Matta, com Carnavais, Malandros e Heróis. O significado da casa é da rua se preenche de rituais com máscaras, estolas ou vestes brancas, deuses, demônios e “ovnis”, habitam, à vontade, a terra Brasil. Ao tratarmos do maior acontecimento nacional, banhado na diversidade e na diferença, estamos falando de um plus econômico, com dimensões quase imprevisíveis, nas relações de mercado na verba pública e na economia familiar. Os números totais são definitivos nas dimensões brasileiras da economia global.

Alegoria sobre Lampião. Imperatriz Leopoldinense, a grande vencedora do Carnaval do Rio de janeiro . foto via internet todos BdF.

A arte exibida na Sapucaí é em outros Sambódromos pelo país e a expressão popular do Pelourinho, Ondina….o Galo da Madrugada, Ponto Zero e osBonecid DF, Olinda, é produzida durante o ano todo, nas Escolas de Samba é com os diferentes trabalhadores da Cultura em todo país. A rede hoteleira e as redes de comunicação e propaganda dão conta de outra grande arrecadação e emprego de força de trabalho. Os Blocos de rua têm gastos sazonais, mas de grande porte, com milhões de participantes.
Esse acontecimento pleno e abrangente inunda o Brasil de ponta a ponta, com destaques, no entanto, para Sudeste e Nordeste, este, a bola da vez no reconhecimento de sua potência política e cultural!

E LAMPIÃO continua trazendo o Nordeste para a multicentralidade do Brasil, dessa vez, através da IMPERATRIZ!

Texto de AdairRocha
Professor titular da UERJ e
Diretor doDepartamento Cultural, da Sub Reitoria de Extensão e Cultura.

Movimento contra a vergonhosa venda da área verde da UFRJ

A reitoria da UFRJ está chamando de “equipamento cultural”. A reforma do campus vai do antigo Canecão até o Hospital Deolindo Couto, numa área hoje murada com desenhos de ídolos do Botafogo — paredão este que será derrubado. É no final do parque que ficará a casa de espetáculos, a ser administrada pela iniciativa privada por cerca de 25 anos. Intelectuais e artistas estão contra o projeto, incluindo o cineasta Silvio Tendler, o urbanista Edesio Fernandes, o ex-Ministro da Cultura, Juca Ferreira.

Tomem vergonha senhores professores!

Edésio Fernandes escreveu:

“Há muitos anos tenho comentado sobre a saga do Canecão/Campus da Praia Vermelha da UFRJ, destacando a maneira incompetente e pouco transparente com que a Reitoria – em mandatos sucessivos – tem tratado da questão
Depois de um projeto megalomaníaco há uns dois ou três anos, uma novo projeto foi anunciado recentemente e eu mesmo fui enganado pelas notícias que davam a entender que um novo equipamento cultural para substituir o Canecão em ruínas seria construído – ainda que maior e mais alto – no mesmo local
Mas não, na verdade a proposta é de que o novo equipamento seja com construído numa área livre e verde do campus que seria leiloada
Proposta absurda que, espero, seja rejeitada
E continuo procurando o posicionamento dos dois cursos de Urbanismo da UFRJ…”

Edésio Fernandes é Bacharel em Direito, especialista em Urbanismo pela UFMG e doutor e mestre em Direito pela Universidade de Warwick (Reino Unido), autor e organizador de diversas obras sobre Direito Urbanístico.

Ex-Ministro da Cultura, Juca Ferreira

Silvio Tendler na UNESCO! Cresce apoio à sua candidatura

Fernanda Montenegro, Letícia Sabatella, a Federação Interestadual de Sindicatos de Engenheiros (Fisenge), e mais 500 pessoas que assinaram o Manifesto até o momento, apoiam a candidatura do cineasta Silvio Tendler a Embaixador do Brasil na UNESCO. Fernanda Montenegro gravou um áudio dirigido ao presidente Lula e destacando o papel excepcional de Silvio na história da cinematografia brasileira. “Estou entre os muitos apreciadores desse nosso referencial cineasta para embaixador junto a UNESCO. Aplaudiria a nomeação de Silvio Tendler com muita alegria, com muito agradecimento”.

Fernanda Montenegro

O artigo Por que sou candidato a embaixador da UNESCO?, publicado neste site, em dezembro de 2021 recebeu muitos comentários apoiando a ideia. São depoimentos inspiradores e de estímulo aos Estados Gerais da Cultural para fortalecer a campanha indicando o cineasta para representar o Brasil, numa instituição que atua em conexão com a educação, ciência e cultura.

“A UNESCO é um braço da ONU para a promoção cultural e a reabilitação da cultura – literária, dramatúrgica, imagística, plástica – como instrumento fundamental da transformação e da evolução humanas no mundo, num momento em que tantas forças reacionárias que pareciam adormecidas ressuscitam, no planeta inteiro, com a mesma velha fúria contra tudo o que seja renovador, criativo, transformador. Neste momento em que também o Brasil reage aos fantasmas de um passado sinistro, nenhum nome melhor para representar a cultura brasileira resistente, indomável, de volta finalmente ao mundo, do que o cineasta e pensador Sílvio Tendler – que resistiu à ditadura, resistiu à tentativa de ressurreição do fascismo, para estar na linha da frente do país renascido para a cultura também renascida do Brasil para o mundo.” Sergio Marques.

Delayne Brasil disse: “Silvio Tendler é o homem das embaixadas: não deixa a bola (ou a peteca) cair. Faz arte na vida; faz vida na arte. Luz, câmera e ação! É luz que brilha em nós e nos colore; câmera que foca os fatos e reverbera na caixa do peito, do crânio, tocando nossas almas e mentes; ação que nos comove, nos move junto, movimentos, coletivos. Silvio é cinema, é cultura. Já é embaixador na prática. Tê-lo na UNESCO seria (será!) mais um reconhecimento do do quanto sua vida é uma existência que vale a pena para tantos nós, para o Brasil e para o Mundo. Sua embaixada é de craque!”

“Silvio Tendler é o nosso memorialista visual maior, um cineasta que toca nas feridas abertas e conta as histórias do país nos livrando da narrativa oficial sempre duvidosa. Precisamos de ST para nos representar na UNESCO. Ninguém melhor do que ele poderá exercer a função de embaixador com uma visão humanista, sem preconceitos e com respeito à diversidade cultural do nosso país.” Eridan Suelena Leão de Souza.

João Damascento disse: “Eu apoio a candidatura do Sílvio Tendler para embaixador do Brasil na UNESCO.
O Brasil precisa se recolocar mo cenário internacional.”

“Acho um excelente nome para ocupar a representação brasileira. Culto, professor universitário e, sem duvida, um dos mais importantes diretores de cinema brasileiros.
Minha torcida é grande para sua nomeação.” Luiz Gravatá

Cleide Martins disse: “Faço muito gosto. Será um embaixador muito digno e capaz de influenciar positivamente o mundo em defesa da cultura, da arte e, em especial, do cinema, a serviço da construção de uma sociedade igualitária, justa, fraterna, solidária e feliz.
Estou na campanha. Onde depósito meu voto?”

Para Silvio Tendler é a hora de escolher um mundo menos bélico. “Os povos fazem a cultura. A indústria de armamento a guerra. Os governos serão agentes do povo ou agentes da morte? É hora de escolher!, afirma.

Dom Mauro Morelli aplaude e apoia candidatura de Silvio Tendler à UNESCO

O bispo católico Dom Mauro Morelli, que dedicou parte de sua vida na luta contra fome e desnutrição materno-infantil no Brasil, apoia e aprova a candidatura do cineasta Silvio Tendler para embaixador junto à UNESCO. Em seu manifesto publicado no Twitter, Morelli faz um apelo ao presidente Lula para que indique o nome do cineasta como representante brasileiro da instituição internacional porque reconhece em Tendler competência e ética para tratar do desafio da questão cultural. No seu raciocínio cultura deve ser evidenciada como ação de cidadania e não atropelada pela economia. Cita os filmes de Silvio Tendler, O Veneno está na Mesa e a Bolsa ou a Vida, como documentários insuperáveis na forma e conteúdo.

Dom Mauro Morelli

O voto favorável de Dom Mauro Morelli é mais um estímulo para o cineasta seguir em frente na sua candidatura. “A paz é a meta e a transversalidade o caminho. Em 2023 lembraremos do Chile de Salvador Allende, de Pablo Neruda, Victor Jara e Josué de Castro. Uma pessoa, uma causa não morre quando não é esquecida. Nossa luta é universal e a UNESCO pode ser o ponto de encontro de todas as artes, ciência, cultura, educação e tecnologia”, afirma Silvio Tendler.

Em toda sua trajetória no episcopado Dom Mauro Morelli teve atuação destacada na área social, sobretudo na questão da fome e miséria. Foi responsável pelo projeto Fome Zero e Ação da Cidadania junto com Hebert de Souza, o Betinho e membro do Comitê Permanente de Nutrição da ONU, entre outras atuações de destaque. Atualmente reside na cidade de São Roque de Minas, na Serra da Canastra e é bispo emérito residente da Diocese de Luz. Em seu perfil no twitter publicou seu apoio a Silvio Tendler e define-se como um peregrino em busca de um mundo novo com a Diaconia Franciscana Arca de Noé – Instituto Hárpia Harpyia.

Por que Silvio Tendler é candidato a Embaixador do Brasil na UNESCO?

” A arte não muda o mundo. Influencia as pessoas que mudam o mundo”, Silvio Tendler. A frase é do ‘cineasta dos sonhos interrompidos’ e também pensamento de todos que fazem parte dos Estados Gerais da Cultura, que apoiam a sua candidatura para Embaixador do Brasil na UNESCO. “A vida hoje exige uma transversalidade que a globalização na qual vivemos, faz da UNESCO, o organismo internacional adequado para construir esse debate que íntegra arte, educação, ciência e tecnologia”, afirma ele.

“Por que sou candidato a Embaixador na UNESCO?

Um dos fundadores da Unesco e um dos seu mais marcantes diretores foi o químico, Paulo Carneiro.
Faz parte dos costumes que o Embaixador Brasileiro não seja necessariamente um embaixador de cadeira.Posto em tempos recentes a Embaixada foi ocupada pelo cientista Israel Vargas, que substituiu o escritor e jornalista Fernando Pedreira.Sou candidato a embaixador Brasileiro na UNESCO para defender internacionalmente um projeto para o cinema cultural, que a cada dia tem menos espaço nas salas de arte, filmes imprensados pela indústria do entretenimento e guetificados em espaços restritos.A UNESCO foi fundamental para o cinema cultural no pós guerra e no estímulo aos cineclubes na formação de plateias e cineastas.Quero ajudar a desenvolver esse trabalho internacional e aos 72 anos de idade com ampla obra de criação premiada mundo afora, 41 anos como professor universitário e gestor público, ocupando diversos cargos na área cultural, me apresento como candidato a Embaixador do Brasil na  UNESCO.”

Silvio Tendler é um dos mais renomados documentaristas brasileiros e produziu filmes que são relatos e análises preciosas dos mais importantes momentos da história política e social de nosso país. Filmes memoráveis como Jango, Os anos JK, Militares da democracia, Privatizações: a distopia do capital e O veneno está na mesa e os mais recentes: A Bolsa ou a Vida e Saúde tem Cura. Todos podem ser assistidos no Youtube, no canal Caliban, cinema e conteúdo.

O cineasta dos ‘sonhos interrompidos’, como é conhecido pelos temas de seus filmes que destacam personalidades que não conseguiram concretizar seus projetos utópicos em prol de um mundo melhor, provocou um despertar entre artistas, intelectuais e profissionais. Um chamamento para que saíssem do estado de passividade e reagissem contra a destruição cultural no país. Uma convocação, um convite que resultou nos Estados Gerais da Cultura.

O movimento criado em 2020 – durante a pandemia, é amplo e plural em defesa da arte e cultura como valores coletivos, públicos, um direito constitucional e universal. Fazem parte dele artistas, intelectuais, profissionais e todos que acreditam na arte como meio de transformação social. “Somos pela liberdade e a paz dos povos, sem distinção de raça, credos e nacionalidade. Nosso lema é: ‘Com arte, ciência e paciência mudaremos o mundo’”.

“A gente está num momento de recriação do nosso Universo, do mundo como um todo. Estamos precisando lutar de forma internacional contra as guerras hoje simbolizadas, sobretudo pela Rússia e pela Ucrânia. Mas têm muitas guerras pelo mundo. Você tem hoje o drama dos imigrantes, que é universal, o drama da fome. Acho que a UNESCO pode ajudar nisso tudo, não como um órgão burocrático, mas sim como um órgão que atua na recriação de um mundo de paz e para promover a paz no mundo, deve-se passar  por tudo que a instituição trata – arte, ciência, educação e tecnologia. Para isso, precisamos trabalhar de forma conjunta e integrada com essas áreas e reviver e lutar, sobretudo por uma coisa que foi muito trabalhada pelo UNESCO nos anos 70, que foi a democratização da informação. Tem tudo a ver com os princípios dos Estados Gerais da Cultura. Quando pensei nos EGC, pensei muito na UNESCO. Nós fizemos durante um ano ou mais, durante a pandemia, uma espécie de UNESCO. Ouvimos cientistas, políticos, pesquisadores, artistas, com poucos meios que tínhamos e provocamos o debate. Assim, quero fazer de forma internacional”.

Cineclube MuiraquitÃ: Chico Mário é o filme para debate

“Chico Mário” é o filme do Cineclube Muiraquitã

“Chico Mário, a Melodia da Liberdade”, documentário de Silvio Tendler será exibido na terça-feira (6/12), a partir das 10h no Cineclube Muiraquitã pelo link https://www.youtube.com/watch?v=6kGCBLff7cw

O filme lembra a trajetória de um músico reconhecido por seus pares como um dos mais talentosos do seu tempo e que precisa ser descoberto por quem gosta de música de qualidade.

Francisco Mário de Souza (1948-1988) tinha um DNA marcadamente mineiro e uma forte vertente instrumental, mas era fluente em vários idiomas da música brasileira, do popular ao erudito, e apostou na diversidade de ritmos, estilos e formas harmônicas.

Compositor e violonista com uma imaginação sempre em ebulição, percorreu caminhos
melódicos da música clássica e da nordestina, do choro, do sambando, em uma catarse que resultou em oito discos autorais em apenas nove anos.

Irmão do cartunista Henfil e do sociólogo Betinho, Chico Mário teve trajetória marcada pelo sentido de urgência que a hemofilia impõe aos seus portadores. Assim como seus irmãos, foi contaminado pelo vírus da AIDS no final dos anos 1980 em uma transfusão de sanguessuga. Seus 39 anos foram de luta pela vida, por uma sociedade mais justa e pela música no final dos anos 1970, quando a música instrumental não encontrava espaço nas rádios e gravadoras, Chico Mário abriu espaço para o gênero.

Foi fiel aos seus ideais de não compor apenas para atender à dinâmica do mercado fonográfico, mas sim em função das suas inquietações como artista. Em sua curta, mas intensa carreira musical, fez parcerias com artistas como Joyce, Quarteto em Cy, Antonio Adolfo, Aldir Blanc, Ivan Lins, MPB-4, Boca Livre, Danilo Caymmi.

Foi um dos nomes centrais do movimento pela música independente e precursor do financiamento coletivo, que hoje chamamos de crowdfunding. Sem fazer concessões ao mercado de consumo, costumava dizer que Bach só foi reconhecido cem anos depois da sua morte.

O documentário conta com a participação da Orquestra Ouro Preto, que homenageou o artista com o concerto “Ressurreição: Chico Mário 70 anos”, apresentado no Sesc Palladium, em Belo Horizonte, em 2018. O cantor e compositor Lenine e a atriz Bárbara Paz leem trechos de
diários e cartas de Chico Mário.

Seus filhos Marcos, que assina a idealização do projeto, e
Karina Souza interpretam canções. Os violonistas Gilvan de Oliveira, Geraldo Vianna, Weber Lopes e João Camarero falam sobre a importância de Chico Mário para a canção e para a música instrumental e também interpretam músicas.

Familiares e amigos de longa data, comoo crítico musical Tárik de Souza e o músico e arranjador Jaime Alem, participam do documentário, que foi um convite da família Souza ao cineasta Silvio Tendler.

No documentário há entrevistas com Ana Souza, Antonio Adolfo, Filó de Souza, Geraldo Vianna, Gilvan de Oliveira, Glória Souza, Jaime Alem, João Camarero, Karina Souza, Marcos Souza, Nivia Souza, Regina Souza, Rodrigo Toffolo, Tarik de Souza e Weber Lopes.

Às 19h30min nos canais do YouTube da Rádio Navarro e/ou dos Estados Gerais da Cultura haverá um debate sobre o documentário, com a participação do diretor Silvio Tendler, autor de mais de 300 documentários; Marcos de Souza, filho de Chico Mário e idealizador do projeto; e Antero Cunha, jornalista, advogado, cinéfilo e um dos fundadores do Cineclube Macunaíma. O mediador é o jornalista Marcus Miranda, que trabalhou em diversas assessorias de comunicação e foi subsecretário de Comunicação do prefeito Cesar Maia.

“Eles não usam Black-tie” no Cineclube MuiraquitÃ

O bate papo no Cineclube Muiraquitã desta terça-feira, às 19:30, será sobre um filme brasileiro que marcou época na década de 80 e foi destaque no Festival de Veneza, além de ter conquistado outros prêmios internacionais. “Eles não usam Black-tie”, de Leon Hirszman, baseado na peça homônima de Gianfrancesco Guarnieri, aborda os conflitos, contradições e anseios da classe trabalhadora no final dos anos 1970, no período da ditadura militar no país. O cineasta Silvio Tendler, a atriz Bete Mendes, que participou do filme, e a crítica de arte Maria Hirszman, filha do diretor, são os convidados para o debate que será mediado pelo jornalista e escritor Cid Benjamin. O encontro realizado nos canais do EGC e da Rádio Navarro, no Youtube.

O ator já falecido Gianfrancesco Guarnieri é um pai, militante e corajoso, que entra em conflito com o filho (Carlos Alberto Riccelli), dividido entre suas aspirações por uma vida pequeno-burguesa ao lado da noiva Maria (Bete Mendes) e as exigências do movimento grevista. Guarnieri compôs com Fernanda Montenegro o casal que proporcionou um dos momentos de maior expressividade do cinema: a cena em que ambos, desolados por causa da ruptura com o filho e pela morte do amigo Bráulio (Milton Gonçalves) se põem a catar feijão. Clique para assistir o filme a partir das 10 horas desta terça feira (15).

FILME E CINEASTA

O Muiraquitã, criado pelo cineasta Silvio Tendler, tem apoio do Estados Gerais da Cultura, da Rádio Navarro e dos jornalistas Zezé Sack, Vera Perfeito, Antero Cunha, Humberto Navarra, Marcus Miranda, Janine Malansky, Moema Coelho, Andrea Penna e Cid Benjamin.

Leon Hirszman foi um dos principais expoentes do movimento Cinema Novo. Militante do Partido Comunista Brasileiro, sua obra é marcada pela influência de teses marxistas centrais nos debates políticos da América Latina e pela representação politizada da classe trabalhadora, caso do filme em debate.

Fez dezenas de outros filmes importantes como o longa de ficção A Falecida, uma adaptação de Nelson Rodrigues, sobre a alienação das classes populares, um de seus temas preferidos. Realizou também “S. Bernardo”, baseado na história homônima de Graciliano Ramos e “O ABC da Greve”, sobre o movimento operário da região do ABC paulista.

E, em 1981, recebeu a consagração por três prêmios no Festival de Veneza, sendo também indicado ao Leão de Ouro, com o filme “Eles não usam black-tie”, “Eles não usam black-tie”. Recebeu outros importantes troféus como: Grande Prêmio Coral Negro no 3º Festival Internacional do Novo Cinema Latino-Americano, em 1981; Grande Prêmio do Festival dos Três Continentes e Espiga de Ouro do Festival Internacional de Vallodolid, também em 1981, além do Prêmio Air France de 1982.

O cineasta teve um papel extremamente importante na afirmação do cinema brasileiro e deixou vários textos onde se pode ler reflexões sobre as condições da produção cinematográfica no Brasil, o mercado nacional e sua respectiva legislação de proteção, a Embrafilme, as correntes de criação cinematográfica e o cinema político. Leon morreu em 1987, aos 50 anos, deixando três filhos: Irma, João Pedro e Maria.

Do debate participam o cineasta Silvio Tendler com mais de 300 documentários em seu currículo. Entre eles, Jango, JK e Saúde tem cura.

Maria Hirszman é repórter, crítica de artes plásticas e cuida da obra cinematográfica de seu pai, Leon Hirszman.

Bete Mendes, atriz do filme e de diversas novelas é também ex-deputada federal que lutou contra a ditadura, foi presa e torturada pelo coronel Brilhante Ustra a quem acusou publicamente durante uma visita ao Uruguai onde ele era adido militar. Foi ainda uma das fundadoras do PT e dirigiu diversos órgãos culturais no Rio e em São Paulo.

Cid Benjamin é jornalista, professor e escritor, tendo diversos livros em seu currículo e, entre eles, Gracias a la vida, onde conta sua passagem pelo MR-8, a prisão, a tortura, o exílio e a volta ao Rio. Cid foi também vice-presidente da Associação Brasileira de Imprensa (ABI).

Vamos falar sobre o SUS! “Saúde tem Cura”

O filme “Saúde tem Cura”, de Silvio Tendler, está na agenda do Cineclube Muiraquità para o debate desta terça-feira (08), às 19:30, com gente que vale a pena ouvir como Margareth Dalcolmo, pneumologista e pesquisadora da Fiocruz, Tattiany Araújo, que viveu na favela do Rato Molhado e luta há mais de 20 anos contra todo tipo de exploração e opressão e também Antero Cunha, advogado e jornalista. O debate poderá ser visto ou pela rádio Navarro (aqui)ou pelo canal do EGC, ambos no Youtube

O documentário recompõe todo o histórico de criação do SUS, sua importância como o maior projeto de saúde pública no mundo. É um filme que estimula o brasileiro a defender seu bem mais precioso e gratuito e exigir do poder público mais investimentos. #euamoSUS.

Roteiro excelente, ilustração, depoimentos e argumentação ao documentar a história, destacar a importância ao comparar o povo brasileiro sem assistência médica gratuita no passado, com hoje, cujo avanço em programas de vacinação, transplantes, e controle de doenças crônicas mudou nos números e mortalidade.  Isso sem citar as campanhas de vacinação que salvaram milhares de crianças e a atuação do SUS na pandemia.

Margareth Dalcolmo, além de pesquisadora da Fiocruz, ocupa a cadeira 12 da Academia Nacional de Medicina e é membro do Grupo de Peritos para aprovação de medicamentos essenciais da Organização Mundial da Saúde (OMS). Fez mais de 500 intervenções nas TVs, rádios e jornais nos últimos dois anos, tornando-se uma das mais importantes vozes no combate e prevenção à Covid-19. É a investigadora principal do Brace Trial Brasil, da Fiocruz que avalia a eficácia da vacina BCG para reduzir o impacto da Covid-19 em trabalhadores da saúde.

Tattiany Araújo esteve sempre ao lado dos trabalhadores, mulheres, negros e LGBTs. Foi a primeira diretora de mulheres da União Brasileira dos Estudantes Secundarista (UBES), fez parte das articulações que levaram mulheres às ruas cariocas. É funcionária do INCA e defensora da saúde pública com qualidade.

Antero Cunha – é advogado e jornalista e trabalhou em rádios e jornais do Rio e São Paulo como Jornal do Brasil e Estado de São Paulo, e também um aficionado por cinema.