O novo normal é uma falácia

Bienal de Veneza/ pavilhão Brasil – 2015. Antonio Manuel – Até que a Imagem Desapareça . foto: Mari Weigert

Necrofolia, pornografia, agora escatologia as novas formas de governar.
Com dinheiro no rabo e apartamentos comprados com fortunas ilícitas das rachadinhas fazem-se novos milionários. Que o Ministro da Economia explique de imediato o desmonte do Estado na medida vil para formar novos ricos no capital privado, enquanto 14 milhões de desempregados nos sinalizam o que para eles significa o novo normal que nada tem de novo e muito menos de normal.

O assédio praticado contra os servidores privados, inclusive das empresas que pertencem ao Estado como Banco do Brasil, cuja única função é facilitar o descarte da empresa para ser vendida por preço vil a milionários amigos, fecha o cerco. 

O Governo escatologicamente abre as portas do inferno para a morte dos mais pobres, dos mais humildes, dos mais vulneráveis. 

Enquanto o lobo Guará, animal homenageado na cédula de duzentos reais, morre asfixiado pelo incêndio nos cerrados onde vive, a cada dia mais desmatados e devastados, assim como nosso pantanal e nossas florestas tropicais, há quem pense em criar a nota de mil reais para facilitar o transporte e o depósito nos fundos ocultos e mal cheirosos dos mandatários. 

O criativo imaginário popular propõe como símbolo da nova cédula o Pacu, peixe originário de nossos biomas ameaçados e que se alimenta de detritos orgânicos, práticos para conviver com excrementos provenientes do desvio de verbas e das rachadinhas.

Somos utopistas!

O “novo normal” é uma falácia. O capitalismo oportuniza tudo, devora tudo. Segundo a Folha de São Paulo, em plena pandemia, a demanda por iates de luxo no país cresceu vertiginosamente, no mesmo período.  42 milionários brasileiros aumentaram a sua fortuna em 34 bilhões, de acordo com dados divulgados pela organização Oxfam, Só no Brasil já são 14 milhões de desempregados!

No governo Temer, fizeram uma reforma trabalhista prometendo mais empregos e oportunidades, mas o desemprego triplicou! No atual governo fizeram a Reforma da Previdência e só piorou a vida dos que trabalham.

Os Estados Gerais da Cultura estão aderentes à Internacional Progressista, juntamente com personalidades mundiais como Yanis Varoufakis, Bernie Sanders, Celso Amorim e Noam Chomsky, dentre outros nomes e coletivos do cenário político internacional, na construção de um mundo melhor e mais justo.

Seguimos em frente, com arte, ciência e com muita paciência. 

Como nos lembra Che: “Acima de tudo procurem sentir no mais profundo de vocês qualquer injustiça cometida contra qualquer pessoa em qualquer parte do mundo. É a mais bela qualidade de um revolucionário.”

Primo Levi, sobrevivente dos campos de concentração, disse o mesmo. Os humanistas se encontram na busca de um mundo melhor.

SOMOS TODOS ESTADOS GERAIS DA CULTURA! RESISTIREMOS!

Texto: Silvio Tendler

* Pensata lida durante o Encontro com o sociólogo português Boaventura de Sousa Santos


 

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