É hora de reagirmos. Vamos valorizar nossa capacidade criativa
Como bem nos alertou Josué de Castro, “a Segurança Social dos homens é mais importante que a Segurança Nacional baseada nas armas. Os ingredientes da guerra são o ouro, acumulado à custa de sofrimento e miséria de dois terços da humanidade, e as bombas, produzidas pela aplicação pervertida da ciência a serviço da destruição e da morte. Os ingredientes da paz são o pão e o amor.”
A lei Aldir Blanc chegou em boa hora para sanar parte dos problemas que assolam os que sobrevivem do trabalho em Arte e Cultura.
Atribui-se à pandemia a causa deste problema. Sem dúvida, a suspensão das atividades coletivas representou um golpe muito forte nos que vivem de espetáculos coletivos ou se apresentam em espaços públicos e privados. Mas é importante dizer que este atentado à vida dos que trabalham com cultura e arte tem como marco o golpe de 2016.
Esse governo, seguindo a tradição das tiranias, garroteou as atividades da área da Cultura, cortou patrocínios, extinguiu o Ministério da Cultura e esquartejou seus diferentes órgãos.
Hoje o Iphan está acéfalo; a ANCINE com um presidente provisório; a Cinemateca Brasileira foi fechada a cadeado,em uma ação truculenta e desnecessária com a presença da Polícia Federal armada de metralhadora; a Funarte está inoperante e a Casa de Rui Barbosa, assim como outras instituições culturais, estão sendo paralisadas e ameaçadas como parte de um processo que tenta desmantelar nossa cultura e arte de maneira brutal e injustificada.
A hora é de reagirmos para barrar o desmonte de nossa cultura, valorizar nossa capacidade criativa e garantir a preservação de nosso patrimônio, bens comuns do povo brasileiro!
Texto: Silvio Tendler
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- Leitura feita no Encontro com o jurista Pedro Serrano – Constituição, Autoritarismo Líquido e Cultura