Cultura faz jovens sentirem-se donos de seus destinos

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Para lembrar a todos nós: quando o governo federal termina com o Ministério da Cultura, lembrar que não só a cultura, que é base de tudo, da economia que ele tanto preza, é também um elo de ligação entre todos esses que estão realmente construindo a cultura. Não é o Estado quem promove a cultura é o povo que constrói. Cultura só se realiza de baixo para cima. Não há outra cultura possível.

Eu quero dedicar esse este dia de hoje a todos aqueles concidadãos que acham que o povo brasileiro é muito passivo. O povo brasileiro não é passivo, não. Não está parado. O povo brasileiro está construindo esta nação. E dentre as pessoas do povo brasileiro, Silvio Tendler falou especialmente em professores, destacamos aqui essa classe de servidores públicos, como professores, como Veríssimo, como Amanda. Enfim, há um exército, um enorme contigente de pessoas trabalhando e construindo esse país.

Se você está meio desanimado, sentado, não reage, procure se aproximar desses grupos e vai ver o que está acontecendo. A ação não é só participar ou não. O nosso povo aprendeu que participar é Balaiada, Cabanagem, Canudos, Contestado.

Entre esses tenho muito prazer de apresentar Julio Ludemir, o autor do livro ‘Sorria você está na Rocinha’, que abriu as portas da literatura para toda uma geração. Um homem que inventou o movimento, pegando carona na fama do FLIP, criando o FLUP, e espalhou debates pelo Rio de Janeiro inteiro, botou gente para fazer oficinas, editar livros.

E Veríssimo botou bloco na rua partindo do seu trabalho de professor no município, conseguiu movimentar toda uma comunidade para compreender sua cultura. Sentir que é dona de seu destino.

Reflexão proposta por Eduardo Tornaghi no encontro sobre: Teatro, Literatura e Dança: a potência dos territórios

Teatro, Literatura e Dança: a potência dos territórios

Dois batalhadores na luta pela transformação social por meio da arte e da cultura. Tanto Ludemir como Veríssimo atuam nas favelas do Rio com projetos de teatro, dança, literatura e vão contar suas experiências e as vitórias desta batalha árdua, porém com a glória de descobrir os verdadeiros talentos escondidos nas periferias brasileiras.

Julio Bernardo Ludemir nasceu no Rio de Janeiro, mas foi criado em Olinda, Pernambuco. Estudou jornalismo, mas nunca concluiu o curso. Tem dez livros publicados, a maioria dos quais ambientada nas favelas cariocas.

A reportagem Rim por Rim foi finalista do Prêmio Jabuti de 2008. É um dos roteiristas de 400 contra um, que o cineasta Caco de Souza adaptou da autobiografia de William da Silva Lima, um dos criadores do Comando Vermelho. É um dos idealizadores da FLUP, festa literária cuja principal característica é acontecer em favelas cariocas, com a qual ganhou o Faz Diferença de 2012 do jornal O Globo, o Excellence Awards de 2016 da London Book Fair, Retratos da Leitura de 2016 do Instituto Pro-Livro e o Jabuti de Fomento à Leitura de 2020.

Também é um dos idealizadores da Batalha do Passinho, que levou para Londres e Nova York. Com os dançarinos do Passinho, criou o espetáculo Na Batalha, primeiro grupo de funk a se apresentar no Teatro Municipal do Rio deJaneiro, tema de documentário que estreou em 2016.

Veríssimo Junior, diretor da Escola do Teatro da Laje, fala sobre o trabalho potente realizado com a juventude da Vila Cruzeiro. Veríssimo Júnior é ator e trabalha como professor de teatro da rede municipal do Rio de Janeiro. “Nosso camarim é a rua, nossos palcos são os becos, nossa sede é toda a comunidade da Vila Cruzeiro!” #NaFavelaTemVida #NaFavelaTemArte #EscolaTeatroDaLaje”.

Em 2018 recebeu o prêmio de categoria especial na 12ª edição Prêmio APTR (Associação dos Produtores de Teatro). A cerimônia foi realizada no Teatro Net-Rio, em Copacabana. Veríssimo recebeu o prêmio pelo trabalho realizado na Vila Cruzeiro, no Complexo da Penha.