Fogo no Museu

Rua 57 de Siron Franco

Nosso convidado do quadragésimo encontro dos Estados Gerais da Cultura, Siron Franco é uma definição da nossa missão: Com arte, ciência e paciência mudaremos o mundo. Com Arte, que é aquela capacidade de enxergar o além nas coisas, o outro lado, na beleza de transformar, criar algo que atraiam os olhares das pessoas e obriguem as suas cabeças a dor nó e duvidar das suas certezas e se espantar com o maravilhoso que está oculto nas coisas banais, muitas vezes.

Ciência, não como o termo que a sociedade ocidental se apropriou, ciência como compreensão do mundo. Isso está na obra de Siron o tempo todo. Ele está olhando para o mundo. Está conversando os fatos. Ele está mexendo com os problemas que existem e tomando ‘ciência’. Tomar ciência é conhecer e compreender, olhar para as coisas além de suas aparências. E paciência?

O cara está aí até hoje e este trabalho de transformação parece que não funciona nunca e a gente tem que pedalar, pedalar e pedalar.. Enfim, Siron Franco nosso exemplo para construção da cultura, para essa força transformadora que a militância cultural tem.

Siron Franco é um dos artistas mais importantes no cenário das artes plásticas do Brasil e também reconhecido internacionalmente. É pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte. Marcou em sua trajetória artística o testemunho de um tempo, sobretudo social e ambiental. Em 1974 foi considerado o melhor pintor nacional em sua participação na 12o. Bienal de São Paulo. No ano seguinte, com o prêmio viagem ao exterior, reside entre capitais européias e o Brasil.

Fogo no Museu

Siron Franco é um dos artistas mais importantes no cenário das artes plásticas do Brasil e também reconhecido internacionalmente. É pintor, escultor, ilustrador, desenhista, gravador e diretor de arte. Marcou em sua trajetória artística o testemunho de um tempo, sobretudo social e ambiental. Em 1974 foi considerado o melhor pintor nacional em sua participação na 12o. Bienal de São Paulo. No ano seguinte, com o prêmio viagem ao exterior, reside entre capitais européias e o Brasil.

Entre as obras que se destacam, a série Rua 57, sobre o acidente com Césio-137 em Goiânia na cidade onde nasceu, chama atenção para o maior acidente radioativo do país. Nesse trabalho ele reafirma o potencial da arte em registrar tragédias humanas e sociais. A série completa foi exposta na 33a. Bienal de São Paulo- 2018. Além das telas, Siron coloca em debate a importância dos médicos de Cuba em ações de amplo caráter social. “O paralelo entre Cuba e a obra de Siron é para refrescar a memória, para dar um ‘soco na boca do estômago’ de quem questiona a competência do sistema de saúde cubano”.  mais sobre o assunto em PanHoramarte.

O testemunho de Siron Franco na Rua 57 , nos remete a Cuba porque foram os médicos cubanos que trataram das pessoas atingidas pela radiação, considerando que era, na época, o único país no mundo a ter experiência em tratamentos adequados em casos de radiação. Quando ocorreu o vazamento de Chernobyl, na Russia, Cuba montou uma clínica próximo a Havana para atender mais de 3000 vítimas do acidente russo

O artista, hoje com 74 anos, acredita que a arte tem a finalidade de trazer dias melhores para o homem. Numa entrevista ao Itaú cultural ele afirmou : “eu tento, ao meu modo, testemunhar a minha época, o que faço é uma crônica subjetiva da época em que vivo”. Nesse aspecto vale lembrar que foi com o tema relacionado à tragédia do Césio-137 que enfrentou o maior desafio, o de pincelar algo que era invisível. “Quando lida com água, com o fogo, você vê o problema. Quando lida com o material radioativo não”. Fonte: Nexo.

Entre 1985 e 1987, faz direção de arte para documentários de televisão como Xingu, concebido por Washington Novaes, premiado com medalha de ouro no Festival Internacional de Televisão de Seul. Desde 1986, realiza monumentos públicos, baseados na realidade social do país. Entre 1992 e 1997, ilustra vários livros, como O Desafio do Branco, de Antonio Carlos OsórioO Forasteiro, de Walmir Ayala (1933-1991), e Contos que Valem uma Fábula: História de Animais Animados, de Katia Canton (1962), entre outros.