Bete Mendes

Foto via Facebook: Memorial da Televisão Brasileira

Os Estados Gerais da Cultura têm orgulho de ter como integrante a atriz, política e militante dos direitos humanos Bete Mendes, que figura entre as maiores estrelas da televisão brasileira. Hoje participa de mais de 20 movimentos em defesa das minorias e direitos humanos.

Elizabeth Mendes de Oliveira nasceu em Santos, litoral de São Paulo e começou sua carreira na televisão, na extinta Rede Tupi e mais adiante, em 1974, atuou em produções da Rede Globo e algumas passagens pelas, TV Bandeirantes, Cultura, Manchete e SBT. Tem sua imagem como atriz talentosa em telenovelas de sucesso como O Rebu e em outros importantes trabalhos televisivos e minisséries.

No entanto, a sua trajetória não se limita a carreira artística. Em meio a violenta ditadura militar, Bete Mendes lutou por um mundo melhor e sonhou, como muitos jovens de sua época, com um país livre do autoritarismo. Esse papel em sua vida pessoal não foi como imaginava na busca de suas utopias. Bete conheceu o sofrimento ao ser presa e torturada injustamente, quando cursava Sociologia, na USP.

A atriz destacou-se na carreira política como deputada federal (1983-1991). Um episódio, nesse período, a fez relembrar os ‘anos de chumbo’ quando reconheceu o seu algoz, o Coronel Brilhante Ustra, trabalhando como adido militar da Embaixada do Brasil em Montevidéu, no Uruguai. O caso aconteceu durante a viagem oficial do presidente Sarney ao Chile, na qual Bete Mendes fazia parte da comitiva.

O episódio ganhou ampla repercussão no país, reacendendo os debates sobre a amplitude da Lei da Anistia, promulgada em 1979, cuja discussão era se tal anistia de fato atingiria os envolvidos em crimes de tortura.