Memória, pra quê te quero?

foto via internet – incêndio no depósito da Cinemateca Brasileira em São Paulo

Vi uma foto de um depósito de bustos e estatuetas, cheio de notáveis empilhados um sobre os outros numa harmonia desarmônica revelando a desimportância para com a história do outrora presidente do tribunal, o Marechal que não foi à guerra mas obteve o grau máximo da hierarquia militar nos conchavos de gabinete, ou com o história do professor de vida ilibada que roubava as pesquisas dos alunos.

Fui passear um domingo de manhã na feirinha do vão do MASP e vi condecorações vendidas como chapinhas de garrafa pelas famílias de entes queridos que, depois da morte do patriarca, transferiram o foco dos interesses e do amor para a poupança, jóias ou títulos de propriedade de terras.

Até mesmo louças e pratarias podem ser encontradas nas lojas de antiguidade. O valor sentimental cede espaço para a cobiça de valores materiais.

E quando esse titulo de valor material é representado por direitos autorais de obras geniais que tornam-se propriedade de um sobrinho neto que nunca se relacionou com o criador e senta em cima da obra negando acesso e usufruto à coletividade?

Reflexão: Silvio Tendler.

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