Boaventura, o poeta

Boaventura de Sousa Santos lê suas poesias

Um dos mais prestigiados cientistas sociais da atualidade, o português Boaventura de Sousa Santos, retorna como poeta ao 57º Encontro dos Estados Gerais da Cultura. O primeiro contato com o sociólogo foi no 11º Encontro -Da distância física à distancia social e à distância cultural – um debate que se mantém no ranking dos mais visualizados do canal do EGC no Youtube.

A proposta para este encontro é deixar Boaventura livre para recitar seus versos e proporcionar aos seguidores dos EGC, um fim de tarde de domingo pleno de lirismo. Confiram no pequeno trecho de um dos poemas – Pitaia e Açaí:

“Amo-te como se tudo fosse pouco
e o mundo para ser são
tivesse de ser louco

Separam-nos mil viagens e naufrágios
o meu barco andou por mil deshoras e desordens
desaprendeu de chegar em porto seguro
não sabe recolher as velas
a quilha arrefece
o lastro inunda-se
em vez de ancorar
afunda-se

Os deuses do impossível velam por nós
unem-nos galáxias e calendários
a mesma idade em épocas diferentes
à mesma hora de tantos continentes

Não poderemos amar até ao limite das estrelas
ficaremos longe
não poderemos vê-las
não teremos tempo
nem falta de tempo”

Boaventura de Sousa Santos é sociólogo português, um dos mais renomados pensadores do mundo contemporâneo no campo da sociologia política e social. É professor catedrático jubilado da Universidade da Faculdade de Economia da Universidade Coimbra e Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison. Também nasceu poeta e tem a poesia como companhia inseparável junto ao seu desempenho acadêmico e intelectual público. “Pitaia e açaí é uma publicação representativa de sua maturidade poética, com tudo o que de amor, canção e desespero é permitido”, Confraria do Vento.

Tio Leo

Leandro Mota, ou simplesmente, Tio Leo é Membro do CUB, Produtor Cultural e Ativista Social. Atua em Búzios desde 2014 na defesa da cultura hipo-hop, sendo um dos fundadores do Coletivo Urbano Buziano. Natural de Niterói, pai de três filhas.
Ativista e Produtor Cultural, poeta, raper e mestre de cerimônias, Tio Leo tem se dedicado ao longo dos anos na luta pela implementação de Políticas de Juventude em Búzios e pela construção de espaços alternativos a cultura hegemônica, ocupando as praças da cidade através de Rodas Culturais, Circuitos de Arte Urbana e Encontros Culturais, dentre outros espaços de participação. Tio Leo do Coletivo Urbano Buziano -Tio porque foi escolhido como referência pela garotada da nova geração da fala/desafio/improviso em rima.

Pix do Tio Leo é 22998573804.

Existe um poeta dentro de cada um de nós

Eduardo Tornaghi

Evoé, Silvio! Evoé! EGC, com arte, ciência e paciência, mudaremos o mundo. Hölderlin, um filosofo muito poeta disse assim: “o que dura fundam-nos poetas”. Existe um poeta dentro de cada um de nós e esse poeta se manifesta às vezes como ator, às vezes como músico, às vezes como produtor, às vezes como um bom cozinheiro numa cozinha bacana quando bota poesia em prática. O poeta dizia assim:

“Almejo sim, que meu texto tenha alguma relevância, que acerte alguém bem na testa a golpes de coração. Almejo atingir o ponto da minha insignificância que pode tocar o outro por ter o timbre de igual…. busco um olhar de menino, ingênuo por ser genuíno. Ah, vigor da primeira infância, a demolir cara feia, só castelos de areia em verdadeira…”

É isso que a arte quer. Tocar o outro, demolir cara feia e, meu Deus do céu, estamos no momento em que a primeira tarefa, pra construir um futuro que valha a pena, é demolir cara feia! E pra isso, a arte! Vamos como de costume começar com música para construir um ambiente artístico.

Texto transcrito por Ana Nogueira e comentado por Eduardo Tornaghi durante o encontro com os integrantes do Teatro Tuca, na peça Re-Acordar, cujo o roteiro trouxe para nós memórias de uma juventude que lutou contra a ditadura e foi perseguida.

Delayne Brasil

Delayne Brasil é poetisa, cantora e compositora. Autora do Hino dos Estados Gerais da Cultura.

Natural de Seropédica/RJ, cursou Letras na UFRJ. Com o Grupo Poesia Simplesmente, fundado em 1997, organiza o sarau Terça ConVersoe o Festival Carioca de Poesia, e com o qual publicou 3 livros (em 1999, 2001 e 2008). Participou de várias coletâneas e publicações literárias. Musicou poemas de autores contemporâneos, registrando tal trabalho em seu CD Nota no Verso, lançado em 2003. Publicou, em 2013, o livro de poesias Em Obras, pela Oficina Editores. Nasceu e viveu, até os 17 anos, em Seropédica, no Campus da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, graças ao avô paterno, agrônomo e diretor da Seção de Agrostologia, que ali morava em uma casa destinada aos funcionários da referida Instituição. 

Nascer e crescer nesta região proporcionou-lhe um contato íntimo e constante com a natureza.  Com uma rua de apenas seis casas, este ambiente ofertava-lhe a paz de que precisava, já que, muitas vezes, não a sentia nas relações familiares. Outros refúgios eram as conversas com os amigos; as leituras de gibis; os rabiscos de poesia; e o seu violão, parceiro desde os 11 anos de idade. Com ele, foi criando suas composições musicais e as tocando e cantando na varanda de casa. 

Deste local, saiu no início da década de 1980 para morar em outro campus universitário, no Alojamento de Estudantes da Universidade Federal do Rio de Janeiro, quando foi fazer o Curso de História, migrando 2 anos depois para o Curso de Letras – Português/Literaturas, no prédio da Av. Chile, no Centro do Rio. Após este período, a Faculdade foi transferida para o Campus da Ilha do Fundão, onde já morava. No alojamento, fez grandes amigos e participou ativamente do movimento político e cultural, integrando, inclusive, a Comissão Comunitária, entidade representativa dos estudantes ali residentes. 

Em 1996, participou da Oficina de Poesia da Biblioteca Nacional, ministrada pelo professor e poeta Roberto Pontes. Por esta época, também participou do evento Sexta de Palavras, organizado pelo poeta Paco Cac; das Oficinas de Poesia do Estação das Letras; bem como do evento de poético, no Clube de Engenharia, produzido pelo grupo Poesia Simplesmente, cujos integrantes também haviam participado, em turma posterior à sua, da Oficina da Biblioteca Nacional.

E, em 1998, foi convidada a integrar o Poesia Simplesmente, fundado um ano antes. De lá para cá, a maior parte de sua trajetória artística se confunde com a do Grupo Poesia Simplesmente, que existe até hoje, tendo completado, em junho de 2020, 23 anos de existênciaCom o grupo, além de organizar o sarau semanal Terça ConVerso e o evento anual Festival Carioca de Poesia– ambos no Teatro Glaucio Gill, em Copacabana, Rio de Janeiro, RJ – , monta e apresenta espetáculos com integração das linguagens artísticas da poesia, música e elementos do teatro.

Realizações Solo:

– CD: Nota no Verso, a música de Delayne Brasil para os poemas de autores contemporâneos, produção independente, 2003;

– Livro: Em Obras, Oficina Editores, 2013.

Evento: Poesia na Galeria – Idealização: Delayne Brasil. Organização e participação: Delayne Brasil, Dominique Tupinambá e Mailsa Passos. Ano 2018. Local: Galeria 80, Rua Rodolfo Dantas, Copacabana/RJ.   

Participação em outros livros e CDs:

– Livro: Hora Aberta,poemas reunidos, de Gilberto Mendonça Teles, Editora Vozes, 2003 – referência, no pé da página 118: poema Parlenda, musicado por Delayne Brasil; 

– Livro: Luiz Otávio Oliani entre-textos 2 – Editora Vidráguas, 2015 (org. Luiz Otávio Oliani. Coord. Editorial Carmen Silva Presotto).

– CD: 1º Concurso de Poesias da Biblioteca Comunitária Tobias Barreto, 2001;

CD: ReDesafio, a Poesia de Pedro Lyra na música e na voz de amigos (composição musical de Delayne Brasil, faixas 5 e 11, para os poemas A uma Ninfa e Também Será, de Pedro Lyra);

– CD: Emoção Atlântica, do poeta Marcio Catunda – participação vocal com Sandra Greco na música O Rio da Barra Mansa, faixa 12 – 2011. 

Participação no Cinema:

– Contribuiu com as músicas incidentais do Filme Experimental “Forma e Conteúdo” (2007) https://www.youtube.com/watch?v=RvzsrveqcRY

Documentário “Mulheres em Campus” (2008) disponível em https://vimeo.com/158087678, ambos dirigidos por Virgínia Gualberto.

– Entrevista: Site Antologia Momento Lítero Cultural, de Selmo Vasconcellos, 2010;

Poemas publicados no site de Antonio Miranda: Bebida Nobre; e Depois da Implosão

– E-book: Como Alfabetizar com Paulo Freire – EaD Freiriana, Instituto Paulo Freire (artigo: O Método Paulo Freire e a Arte em Tempos de Internet e Pandemia: no entrecruzar dos temas, meus recortes, reflexões e poemas), 2020;

 –E-book: Viver de Escrever, Antologia Poética, Instituto Estação das Letras – 25 anos, 2020;

– Canal, no YouTube, do percussionista Di Lutgardes: Parcerias na Quarentena   -participação com voz e violão, acompanhada pelo percussionista. Músicas: No Bloco da Curriola, composição de Delayne Brasil; Joias Cachoeiranas, poema de Lucila Silva Telles, musicado por Delayne Brasil; Ai, que Saudade D’ocê, de Vital Farias –  2020, 2021;

– Canal, no YouTube, do poeta e ator Julinho Terra: poema O Lobo e o Bobo da Corte – poema de Delayne Brasil interpretado por Julinho Terra, 2020.

Canal no Youtube Estados Gerais da Cultura: composição e gravação com voz e violão em homenagem ao movimento Estados Gerais da Cultura – idealização de Silvio Tendler;

– Live -Saraucom os autores dos poemas selecionados e publicados nas Revistas Entreverbo, números 33,34,35 e 37, 2020 e 2021;

– Live deLançamento da Antologia Estação das Letras, 25 anos, 2020 – do Instituto Estação das Letras.

Participações em Coletâneas/Antologias:

– Poemas Cariocas – Ibis Libris Editora, 2000 (org. Thereza Christina Roqque da Motta);

– De coração a Coração, Poetas em Ação, 2001 (org. Claudia Luna);

– Sob o Signo da Poesia – Editora Heresis, 2002 (org. Cristina da Costa Pereira);

– Terça ConVerso no Café, 1095 dias de Poesia –  Edição independente, 2002 (org.  João de Abreu Borges e grupo Poesia Simplesmente);

– Antologia Carioca Ponte de Versos, 4 anos – Ibis Libris Editora, 2003 (org. Thereza Christina Roqque da Motta);

– Terça ConVerso no Café, 1825 dias de Poesia – Ed. Urbana Arte e Comunicação, 2004 (org. grupo Poesia Simplesmente);

– Terça ConVerso no Café, 2555 dias de Poesia –  Editora Exato, 2006 (org.   grupo Poesia Simplesmente);

– Poesia do Brasil – Volume 7 (Proyecto Cultural Sur-Brasil) – Congresso Brasileiro de Poesia – Bento Gonçalves, 2008;

– Poesia Simplesmente, 10 anos – Edições Galo Branco, 2008;

– Poesia Viva em Revista – Editora Uapê, 2009 (org. Leda Miranda Hühne);

– Vozes na Paisagem – Edições Galo Branco, 2011 (Org. Marcia Pereira);

– O Trem Imaginário – Edição independente, 2011 (Org. Juçara Valverde, Lydia Simonato)

– Poemas Cariocas 2012 – Ibis Libris Editora, 2012 (org. Thereza Christina Roqque da Motta);

– Engenho Urbano, 41 Poetas – Oficina Editores, 2012 (org. Márcio Catunda);

– Um Olhar sobre a Liberdade no Século XXI – Editora Delicatta, 2013 (org. Heloisa Igreja);

– Agenda da Tribo- Editora da Tribo, 2013 e 2014;

–  Terça ConVerso no Café, 5475 dias de Poesia –  Oficina Editores, 2014 (Org. grupo Poesia Simplesmente);

– Poesia Simplesmente, 20 anos – Ventura Editora, 2017 (Org. grupo Poesia Simplesmente); e

– Poesia Simplesmente, 22 anos – Ventura Editora, 2019 (Org. grupo Poesia Simplesmente).