Entre o campo e a cidade, com Renato Teixeira

Eu não sabia que “Romaria” fosse fazer o sucesso que fez, eu tinha ideias meio radicais, né. Eu não queria facilitar. Olha só onde é que eu fui mexer. Eu fui mexer num símbolo, Nossa Senhora Aparecida,

Quando foi ali no começo dos anos 70, eu tinha vindo de Taubaté pra São Paulo e comecei a andar e a conviver com aquele pessoal que tava começando aquela fase gloriosa da MPB: Chico, Caetano, Gil… E foi ali que eu percebi que eu não estava sendo um bom compositor, porque eu estava fazendo um tipo de música que não tinha vínculos com a minha cidade, com a minha terra, com a minha cultura. Então eu resolvi me dedicar a cultura do interior, eu tinha essa preocupação acadêmica porque eu vinha da MPB, aquela coisa muito sofisticada.

Eu via que a música caipira estava cumprindo um ciclo e que essa cultura estava sendo meio que descartada e tratada com certo descaso. Eu me propus a investir nisso copiando o mesmo formato da Bossa Nova, que pegou o jazz aplicou no samba e transformou. Eu peguei a MPB e apliquei a música caipira.

Na minha geração, a grande influência foi Luiz Gonzaga. No meu caso, foi Noel Rosa. Dorival Caymmi. Pixinguinha, as valsas.  A grande influência da minha vida foi um disco, que eu ouvi no fim dos anos 60, que era “Os 10 maiores sucessos de Tunico e Tinoco”. Me mostrou o caminho que eu estava procurando. Volte pra casa. Assuma suas condições, sua história. Eu sou fiel, eu sou uma caipira de Taubaté.

No começo dos anos 60 o mercado da música brasileira sofreu um grande golpe com o AI-5. A música meio que acabou no Brasil.

Minha carreira estava indo bem. Eu já tinha feito uma música que o Roberto Carlos tinha gravado: “Madrasta”, com meu parceiro Beto Ruschel. Quando o mercado fechou e eu me vi mudando prum outro ramo da música que é publicidade. Me transformei num publicitário. E a publicidade me ajudou muito a atravessar aquele período de repressão e acessar muita informação. Chegavam os filmes, as revistas, as publicações, se discutia muito. Mas a partir daquele momento eu perdi um pouco o contato com a tribo da MPB, da qual eu fazia parte. A maior parte foi pro Rio, a coisa foi se desmembrando. E eu fiquei em São Paulo atuando como publicitário.

Não era nem minha intenção fazer uma música tão popular. Eu estava apaixonado por poesia concreta. Eu estava apaixonado por Décio Pignatari. Esse negócio “Caipira pira pora nossa”.

Eu não sabia que “Romaria” fosse fazer o sucesso que fez, eu tinha ideias meio radicais, né. Eu não queria facilitar. Olha só onde é que eu fui mexer. Eu fui mexer num símbolo, Nossa Senhora Aparecida, era uma cidade vizinha. A gente ia pra lá todo fim de semana, passear. Aí você vai descobrir que o Brasil começa a se conscientizar como nação, quando começa o culto de Nossa Senhora lá pra 1700. A gente começa a perceber que a gente não era Portugal.

O milagre começa quando você pega um corpo sem cabeça e bota uma cabeça e essa imagem vira o símbolo de um povo. Une esse povo. Eu não imaginava com quem eu estava mexendo. E o que é mais interessante é que eu não fiz um hino pra Nossa Senhora. Ela tem lindos hinos. O meu hino é pro romeiro, não é pra Nossa Senhora.

Eu tava em casa e compus a canção. Pensando em fazer uma canção moderna, uma música caipira que o Flávio Cavalcanti não quebrasse o disco no programa dele. Eu tinha um encontro naquela tarde com o Marcos Pereira, benfeitor da música regional brasileira, eu fiz a letra, mas quando chegou no fim “mas como eu não sei rezar, só queria mostrar, meu olhar.” Ótimo. E agora? Aí eu não conseguia achar mais nada pra mostrar a ele. Eu sou assim. Quando empaca, eu dou um tempo que vem.

Então eu dobrei a letra, botei no bolso, e fui encontrar com o Marcos. Aí eu falei assim: “Só que eu não terminei”. Ele falou: “Não faz mal”. Abri e cantei, lendo a letra: “É de sonho e de pó”. E no final “lalala”, terminei com “lalala”. Mas nisso, quando eu tava terminando a música, o Marcos levantou da cadeira, deu a volta na mesa, chegou perto de mim, me deu um beijo na testa, e falou: “Pô, cara, você não sabe o que você fez”. Eu não sabia mesmo. Pra mim eu tinha feito só mais uma música. Ele sentiu que eu tinha feito uma grande canção.

 A banda que tocava comigo, o “Água”, eram todos publicitários. Ninguém precisava de cachê pra viver, a gente vivia de publicidade. Talvez o “Água” tenha sido a primeira banda acústica brasileira, assumida, porque com a gente tocavam Oswaldinho do Acordeon, o Papete, o Sérgio Mineiro, o Carlão de Souza, pessoas que tem uma história linda dentro da música brasileira.

O nosso show chamava “Romaria”. Foram três anos fazendo isso. Algumas cantoras assistiram. Ninguém reparou na musica. Aí quando foi meu irmão Roberto de Oliveira. Era agente da Elis, produtor da Elis. Meu irmão que produziu aquele LP “Elis e Tom”. Ela sabia que eu era compositor. Mas nunca falamos de música. Eu tinha o meu estúdio, que era na frente do Teatro Bandeirantes, e ela tava fazendo “O Falso Brilhante”. A banda da Elis durante o dia gravava jingles no meu estúdio. E ela disse: “Olha, eu vou gravar um disco…”, ela tava grávida de 7 meses da Maria Rita. “Vai lá em casa pra você me mostrar música”. Eu tava inédito, ninguém me gravava, eu era publicitário. A minha carreira de compositor estava estagnada, por várias razões. E aí eu fui gravando.

Cheguei lá era uma música assim: “sentimental…eu fico quando pouso na mesa de um bar, eu sou um lobo cansado”. Eu tava nas nuvens, eu tinha sido gravado pela Elis. Aí no outro dia ela me liga de novo: “O que você vai fazer hoje à noite?”.  Eu falei: “Nada”. “Então vai no estúdio que eu vou gravar outra música sua”. Era “Romaria”. A Elis gostou tanto que convidou a gente pra tocar. Se vocês quiserem ouvir o “Água”, escutem “Romaria” com a Elis, com a gloriosa participação de César Camargo Mariano e Nathan Marques. Eu entrei em estado de graça. Pra mim tava pronto. Podia voltar pra Taubaté que tava tudo certo.

Daí a música fez sucesso. Eu devia ter uns 31, 32 anos… Aí eu fui abrir um show pro Luiz Gonzaga. Encerrei o meu show com “Romaria” que era a música que tava bombando. Quando eu sai do show, seu Luiz estava se preparando para cantar o show dele. Aí ele virou pra mim e falou assim:

“Cantou sua Asa Branca, hein, Seu Teixeira?”. Aí eu achei que ele tava tirando sarro: “Ô Seu Luiz você tá brincando comigo, querendo comparar minha música com a sua”. Ele falou assim: “Eu não estou tirando sarro”. Ele ficou até meio invocado. “Sr. Teixeira eu não estou tirando sarro, eu estou te falando uma coisa muito séria. O Sr. espere. Daqui a 30 anos você vai ver o que vai acontecer com a sua música”.

O cara cantou a bola. “E outra coisa, Seu Teixeira, isso é sorte. Caiu no seu colo. E o senhor faça o seguinte, Seu Teixeira, toda vez que o Sr. for tocar essa canção, o senhor toque como se fosse a primeira vez. Porque isso aí é sorte. Isso é pura sorte”. Até hoje, toda vez que eu vou cantar “Romaria”, eu lembro do Seu Luiz. Porque de uma certa forma ele carimbou minha música.

Não estava sozinho nesse momento. Já tinha o Sérgio Reis ali do lado fazendo uma coisa mais jovem guarda. E uma dupla chamada Leo Canhoto e Robertinho que desmontaram aquele personagem do caipira com chapéu de palha, botaram guitarra nas canções, que eram essencialmente caipiras, se vestiram de cowboy, subiram em cima de uma moto em vez de um cavalo, e foi assim que a gente deu continuidade ao sonho do pessoal mais antigo de ter uma representação musical através da cultura dos caipiras. Quando surgiu o sertanejo universitário: Luan, Theló, Paula Fernandes, Vitor e Leo, essa moçada toda.

Em que momento que isso começa a acontecer? Lá no final dos anos 60, com um taubatiano chamado Tony Campello, um produtor maravilhoso. Que era produtor da Celi e já tinha sido um dos lançadores do rock’n’roll no Brasil. Ninguém conhecia rock’n’roll como ele. Depois ele teve a seguinte ideia: eu vou pegar uma dupla da Jovem Guarda e vou fazer eles cantarem sertanejo.

E foi lá e convidou uma dupla chamada Deny e Dido, que na época estava fazendo um grande sucesso com uma música chamada “Coruja”. Eles não toparam, estavam no auge do sucesso. Então Tony procurou o Sérgio Reis. O Tony tinha sido o produtor de “Coração de Papel” do Sérgio Reis. E a partir dali começa a surgir uma música que hoje domina 70% do mercado da música no Brasil. E a coisa começa a crescer, crescer, pra chegar nesse volume que chegou hoje. O que eles chamam de “agronegócio” não apoia essa cultura, precisava apoiar essa cultura. Cadê o memorial do Tunico e Tinoco? Os grandes mestres. Cadê Raul Torres? Foi um cara super importante, ele fez uma rádio em São Paulo tão forte como era a Rádio Nacional no Rio de Janeiro. Em termos de talento.

Eu acho que a música é uma missão, uma missão bonita. Não existe música feia, existe música que você não gosta. Todos os povos cantam, todas as ideologias cantam, todas as religiões cantam. Todo mundo canta. A música ela é um todo.

Não existem dois compositores. É um espírito só dividido em vários segmentos, é a mesma ideia que se pratica. Eu sou que nem um grão de areia na praia. O que dá pra se enxergar é muito pouco, a coisa é muito grande. Quando Luis Gonzaga chegava, todo o Nordeste chegava com ele. O mesmo Sérgio Reis, todo o Centro Oeste chega com ele. E o Gonzagão e o Luiz Gonzaga (Gonzaguinha) eles já trocavam figurinha, um já gravava o outro. 

Essa unidade musical que tem o país através do idioma. Porque a música brasileira não é pra principiantes. É um gênero que já mudou três vezes o destino da música no mundo.

Quando Carmem Miranda inaugurou a performance dela ela tava gestando a Madonna, Elvis Presley, Mick Jaguer, todos esses bailarinos de palco… etc. Tava tudo vindo naquela de se fantasiar e fazer um grande espetáculo. A performance. Depois a Bossa Nova transformou tudo. Mudou a música do mundo. Todo mundo tocou. Antigamente todo mundo tocava só com 3 dedos. A Bossa Nova botou 5 dedos, criou harmonias lindas. Eu acho o Tom Jobim o maior compositor popular da história da mundo, da história da música, não só do Brasil. Pra mim ele é o maior de todos. Foi a Bossa Nova que nos deu isso. Pro mundo. Aquele momento do Tom Jobim com Frank Sinatra. Durou uns 5 anos. Naquele momento, Tom Jobim era o maior compositor da Terra, e Frank Sinatra o maior cantor. Eu acho que a MPB tem alguns fundadores. Um é a gravadora Elenco, outro é o Aloysio de Oliveira. O Walter Silva. O próprio Roberto de Oliveira, meu irmão, é um pessoal que fez um trabalho ali que caracterizou a MPB. Montou a MPB. Antes disso aí não tinha a MPB. Ninguém falava MPB.

Eu tenho a obra inteira do Raul Torres, que pena que a pessoas não possam usufruir dessa beleza toda. O Cornélio Pires nos anos 20/30 juntava multidões de 20 mil pessoas pra ouvir ele. Inventou a dupla caipira. Botou chapeuzinho nos caras. Pegou os caras que trabalhavam na olaria do pai dele, montou personagem, trouxe pra SP, botou na rádio. Esse gênero já deu artistas do nível de um Tonico e Tinoco. De um Raul Torres, Rolando Boldrin, Almir Sater, Geraldo Roca, Dércio Marques, não pára.  Tunico e Tinoco falaram pra mim “Ô Renato, você conhece o Milton? E o Chico? E o Caetano? Você conhece o Gil? Então liga pra eles e pede pra eles compor uma moda pra nós? Eles manda a fita cassete pra nós, nós pega a moda deles, conserta e grava”. E quando eu comecei a fazer esse trabalho com Pena Branca e Xavantinho, eles pegaram o cio da terra e consertaram, e fizeram aquela maravilha. Eles consertaram.

Eu fiz um DVD, com Sérgio Reis, e nós convidamos o Tinoco para nos assistir. E aí ele foi no camarim e perguntaram: “Tinoco, como é que você descobriu a música?” Ele respondeu que na casa dele, quando ele e o irmão eram crianças, eles gostavam de correr atrás de galinha, correr atrás do porco, subir em árvore, e faziam música com isso. Um dia, um deles perguntou pra mãe,: “Mãe, quem inventou a galinha, a minhoca que a gente brinca tanto? Quem inventou?” E mãe respondeu: “Olha, quem inventou isso aí foi Deus”. “Por isso, cara, que quando a gente canta, a gente canta em nome de Deus”.

Eu quero tirar aquele ranço, aquela inocência que às vezes prejudica um pouquinho, que faz o povo achar que o caipira é um sub ser. O caipira é um super ser. A grande mentora é Inezita Barroso. Inezita Barroso é nós.

  • ideias de Renato Teixeira e resumo com edição da cineasta Maria Rita Nepomuceno, que faz parte dos Estados Gerais da Cultura, atua na área de criação e curadoria em audiovisual.

Zé Limeira o poeta do absurdo

Para receber um grande artista como Renato Teixeira resolvi me ancorar numa lenda da sabedoria sertaneja, Zé Limeira, homem que vale a pena prestar a atenção:

“Eu me chamo Zé Limeira
Da Paraíba falada,
Cantando nas Escritura,
Saudando o pai da coalhada,
A lua branca alumia,
Jesus, José e Maria,
Três anjos na farinhada”.

“Napoleão era um
Bom capitão de navio,
Sofria de tosse braba
No tempo que era sadio,
Foi poeta e demagogo,
Numa coivara de fogo
Morreu tremendo de frio”.

“Meu verso merece um rio
Todo enfeitado de coco,
Boa semente de gado,
Bom criatoro de porco,
Dizia Dom Pedro Segundo
Que a coisa melhor do mundo
É cheiro de arroto choco”.

Aonde Limeira canta
O povo não aborrece
Marrã de onça donzela
Suspira que bucho cresce
Velha de setenta ano
Cochila que a baba desce!

Do livro “Zé Limeira, poeta do absurdo” do paraibano Orlando Tejo (1935-2018) #poesia

Zé Limeira foi lembrado e homenageado por Eduardo Tornaghi no encontro com Renato Teixeira. Estiveram presentes recepcionando Renato; Silvio Tendler, Katya Teixeira, Osni Ribeiro, José Carlos Meihy,Janine Malanski

Quem foi Zé Limeira

  • Zé Limeira (1886-1954)foi um cordelista/repentista brasileiro. Ficou conhecido como Poeta do Absurdo. Nasceu no sítio Tauá, em Teixeira, considerado o principal reduto de repentistas no século XIX. Os temas que abordava em suas poesias e repentes eram variados e chegavam, muitas vezes, ao delírio.
  • O livro Zé Limeira, o poeta do absurdo, de autoria do jornalista e poeta paraibano Orlando Tejo (1935 – ) recriou a figura mitológica do cantador nordestino. Para alguns, o livro é que, de fato, inventa o personagem e estaria mais próximo à criação literária do que do recorte biográfico. [Zé Limeira tornou-se tão famoso, devido ao livro de Tejo, que hoje certamente muitos versos absurdos de outros poetas são transferidos para ele. Isso sem falar nos versos (…) que teriam sido escritos por ´Otacílio Batista e outros amigos de Tejo, depois que este se preocupou com a pequena quantidade de versos autênticos que teria recolhido”, escreve Bráulio Tavares. Fonte: Wikipédia

Renato Teixeira entre o campo e a cidade

Renato Teixeira fez história no cenário musical brasileiro ontem, hoje e fará sempre. Um artista que “assimilou o espírito da cultura caipira para projetá-la de uma forma contemporânea”, como conta sobre sua vida no site oficial. O autor de Romaria, música ícone dos anos 80, que mexe com a questão da fé do brasileiro, um hino a Nossa Senhora Aparecida, imortalizada na voz de Elis Regina, é um exemplo típico de sua característica como compositor e cantor, que transita entre o singelo, o caipira e o moderno.

Numa entrevista ao Globo Rural confessou que não tinha ideia que a música ia fazer tanto sucesso. “Eu quis fazer uma coisa sofisticada. Nunca imaginei que fosse se transformar numa canção tão popular. Eu acho que a força dela está exatamente em mexer com um símbolo brasileiro muito forte, que é Nossa Senhora. Era uma canção do romeiro, aquele que vai para Aparecida. Aí você começa a ver como ela penetra no inconsciente coletivo do povo brasileiro.”

No entanto, Romaria foi apenas o começo de uma carreira talentosa e com muito sucesso. Renato Teixeira que pretendia ser arquiteto e a música não lhe deu essa chance, tornou-se quase um menestrel da alma brasileira, cantando em versos a fé de gente simples que tinha gosto pela vida no campo. No entanto, canções que também encantavam e ainda encantam o povo da cidade. Muitas dessas músicas são hoje clássicos do cancioneiro popular como Amanheceu, Peguei a Viola, Romaria, Cuitelinho, entre muitas outras.

foto via site Renato Teixeira

Osni Ribeiro

beira de serra, curva de rio, toque de viola…

Osni Ribeiro é compositor, violeiro e cantador. Trabalha com produção musical e foi Secretário Municipal de Cultura em Botucatu (2009-2016). Iniciou-se na lida da música em 1981, cantando músicas caipiras em parceria com José Lira. Em 1986 assumiu carreira solo apresentando-se em casas noturnas e projetos alternativos. De 89 a 91 rodou São Paulo, Minas e Paraná levando suas canções aos festivais de MPB que fervilhavam pelo Brasil afora, período que trouxe novas experiência, laços de amizades e alguns prêmios.

Gravou o cd Osni Ribeiro (94) e depois pelo selo Tempo Livre o álbum Bebericando (96). Pelo Tempo Livre participou também de algumas coletâneas. Teve canções gravadas em diversos cds de festivais, outras coletâneas e por outros intérpretes. Desde 1997 desenvolve um trabalho de pesquisa e composição baseado na música do interior de São Paulo com influência rítmica e temática da música caipira.

Além do ineditismo do seu repertório autoral, Osni preserva e mantém a tradição musical dos bons ares de Botucatu, buscando ainda traduzir em letra, música e rítmica a essência da música paulista – fruto da miscigenação do som mágico das violas portuguesas com o bater dos pés e mãos de nosso índios, influenciada depois por outras etnias que por aqui se instalaram.

Em 2018 integrou a coletânea Viola Paulista lançada pelo SESC e em 2019 apresentou o seu álbum mais recente: Arredores.