Por que Silvio Tendler é candidato a Embaixador do Brasil na UNESCO?

” A arte não muda o mundo. Influencia as pessoas que mudam o mundo”, Silvio Tendler. A frase é do ‘cineasta dos sonhos interrompidos’ e também pensamento de todos que fazem parte dos Estados Gerais da Cultura, que apoiam a sua candidatura para Embaixador do Brasil na UNESCO. “A vida hoje exige uma transversalidade que a globalização na qual vivemos, faz da UNESCO, o organismo internacional adequado para construir esse debate que íntegra arte, educação, ciência e tecnologia”, afirma ele.

“Por que sou candidato a Embaixador na UNESCO?

Um dos fundadores da Unesco e um dos seu mais marcantes diretores foi o químico, Paulo Carneiro.
Faz parte dos costumes que o Embaixador Brasileiro não seja necessariamente um embaixador de cadeira.Posto em tempos recentes a Embaixada foi ocupada pelo cientista Israel Vargas, que substituiu o escritor e jornalista Fernando Pedreira.Sou candidato a embaixador Brasileiro na UNESCO para defender internacionalmente um projeto para o cinema cultural, que a cada dia tem menos espaço nas salas de arte, filmes imprensados pela indústria do entretenimento e guetificados em espaços restritos.A UNESCO foi fundamental para o cinema cultural no pós guerra e no estímulo aos cineclubes na formação de plateias e cineastas.Quero ajudar a desenvolver esse trabalho internacional e aos 72 anos de idade com ampla obra de criação premiada mundo afora, 41 anos como professor universitário e gestor público, ocupando diversos cargos na área cultural, me apresento como candidato a Embaixador do Brasil na  UNESCO.”

Silvio Tendler é um dos mais renomados documentaristas brasileiros e produziu filmes que são relatos e análises preciosas dos mais importantes momentos da história política e social de nosso país. Filmes memoráveis como Jango, Os anos JK, Militares da democracia, Privatizações: a distopia do capital e O veneno está na mesa e os mais recentes: A Bolsa ou a Vida e Saúde tem Cura. Todos podem ser assistidos no Youtube, no canal Caliban, cinema e conteúdo.

O cineasta dos ‘sonhos interrompidos’, como é conhecido pelos temas de seus filmes que destacam personalidades que não conseguiram concretizar seus projetos utópicos em prol de um mundo melhor, provocou um despertar entre artistas, intelectuais e profissionais. Um chamamento para que saíssem do estado de passividade e reagissem contra a destruição cultural no país. Uma convocação, um convite que resultou nos Estados Gerais da Cultura.

O movimento criado em 2020 – durante a pandemia, é amplo e plural em defesa da arte e cultura como valores coletivos, públicos, um direito constitucional e universal. Fazem parte dele artistas, intelectuais, profissionais e todos que acreditam na arte como meio de transformação social. “Somos pela liberdade e a paz dos povos, sem distinção de raça, credos e nacionalidade. Nosso lema é: ‘Com arte, ciência e paciência mudaremos o mundo’”.

“A gente está num momento de recriação do nosso Universo, do mundo como um todo. Estamos precisando lutar de forma internacional contra as guerras hoje simbolizadas, sobretudo pela Rússia e pela Ucrânia. Mas têm muitas guerras pelo mundo. Você tem hoje o drama dos imigrantes, que é universal, o drama da fome. Acho que a UNESCO pode ajudar nisso tudo, não como um órgão burocrático, mas sim como um órgão que atua na recriação de um mundo de paz e para promover a paz no mundo, deve-se passar  por tudo que a instituição trata – arte, ciência, educação e tecnologia. Para isso, precisamos trabalhar de forma conjunta e integrada com essas áreas e reviver e lutar, sobretudo por uma coisa que foi muito trabalhada pelo UNESCO nos anos 70, que foi a democratização da informação. Tem tudo a ver com os princípios dos Estados Gerais da Cultura. Quando pensei nos EGC, pensei muito na UNESCO. Nós fizemos durante um ano ou mais, durante a pandemia, uma espécie de UNESCO. Ouvimos cientistas, políticos, pesquisadores, artistas, com poucos meios que tínhamos e provocamos o debate. Assim, quero fazer de forma internacional”.

0 comentário sobre “Por que Silvio Tendler é candidato a Embaixador do Brasil na UNESCO?

  • Acho um excelente nome para ocupar a representacao brasileira. Culto, professor universitário e, sem duvida, um dos mais importantes diretores de cimema brasileiros.
    Minha torcida é grande para sua nomeaçao.
    Luiz Gravatá

  • Cleide Martins disse:

    Faço muito gosto. Será um embaixador muito digno e capaz de influenciar positivamente o mundo em defesa da cultura, da arte e, em especial, do cinema, a serviço da construção de uma sociedade igualitária, justa, fraterna, solidária e feliz.
    Estou na campanha. Onde depósito meu voto?

  • GILBERTO HORST KIRSTEN disse:

    Silvio clareia a história.
    Luz no apagão da historia moderna desse Brasil.
    Combativo e leal aos princípios do trabalho digno com seus pilares sempre corroídos pela erosão de humanidade pela classe burguesa e dominadora .

  • Delayne Brasil disse:

    Silvio Tendler é o homem das embaixadas: não deixa a bola (ou a peteca) cair. Faz arte na vida; faz vida na arte. Luz, câmera e ação! É luz que brilha em nós e nos colore; câmera que foca os fatos e reverbera na caixa do peito, do crânio, tocando nossas almas e mentes; ação que nos comove, nos move junto, movimentos, coletivos. Silvio é cinema, é cultura. Já é embaixador na prática. Tê-lo na UNESCO seria (será!) mais um reconhecimento do do quanto sua vida é uma existência que vale a pena para tantos nós, para o Brasil e para o Mundo. Sua embaixada é de craque!

  • Kássia Barros disse:

    Que Silvio Tendler seja nosso Embaixador e possa nos abrilhantar nesse momento de saída definitiva dos tempos de trevas cultural, entre outras, pelos quais passamos!

  • Sérgio Marques disse:

    A UNESCO é um braço da ONU para a promoção cultural e a reabilitação da cultura – literária, dramatúrgica, imagística, plástica – como instrumento fundamental da transformação e da evolução humanas no mundo, num momento em que tantas forças reacionárias que pareciam adormecidas ressuscitam, no planeta inteiro, com a mesma velha fúria contra tudo o que seja renovador, criativo, transformador. Neste momento em que também o Brasil reage aos fantasmas de um passado sinistro, nenhum nome melhor para representar a cultura brasileira resistente, indomável, de volta finalmente ao mundo, do que o cineasta e pensador Sílvio Tendler – que resistiu à ditadura, resistiu à tentativa de ressurreição do fascismo, para estar na linha da frente do país renascido para a cultura também renascida do Brasil para o mundo.

  • ERIDAN SUELENA LEAO DE SOUZA disse:

    Silvio Tendler é o nosso memorialista visual maior, um cineasta que toca nas feridas abertas e conta as histórias do país nos livrando da narrativa oficial sempre duvidosa. Precisamos de ST para nos representar na UNESCO. Ninguém melhor do que ele poderá exercer a função de embaixador com uma visão humanista, sem preconceitos e com respeito à diversidade cultural do nosso país.

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