Política, cultura e arte. MST na transformação social

Devido a problemas técnicos o evento foi transferido para uma outra data.

O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) é um dos maiores e mais articulados movimentos sociais da América Latina. Sua história é de muita luta pela terra e tem origem nas injustiças provocadas pela desigualdade, concentração de renda e pelo desrespeito ao homem do campo. O coordenador nacional da Brigada de Teatro do MST, Douglas Estevam, estará conosco neste domingo para falar sobre a importância que o MST dá a cultura e a arte como meios para alcançar a transformação social.

Douglas Estevam é formado em Direção teatral, História pela (UFFS) e Economia Política (Enff) e mestrando em Filosofia (USP), é membro do coletivo nacional de cultura do MST. Como coordenador de teatro participou do processo de formação com Augusto Boal. Também é co-organizador de Agitprop: Cultura Política, Lunatchárski: Revolução, Arte e Cultura e Teatro e Transformação Social.

Contaremos também com a participação de Felinto Procópio, conhecido como Mineirinho, que fará a apresentação artística. Mineirinho é apaixonado pela viola e como integrante também do MST já alegrou muita festa por lá. Para ele, a paixão pela viola define-se assim: retrata o lúdico de forma poética, canta o sertão, a felicidade e a alegria de viver. “A viola caipira tá ligada à essência da vida, a reprodução da vida, na sua essência e na sua beleza.” Fonte: MST.org

Boaventura, o poeta

Boaventura de Sousa Santos lê suas poesias

Um dos mais prestigiados cientistas sociais da atualidade, o português Boaventura de Sousa Santos, retorna como poeta ao 57º Encontro dos Estados Gerais da Cultura. O primeiro contato com o sociólogo foi no 11º Encontro -Da distância física à distancia social e à distância cultural – um debate que se mantém no ranking dos mais visualizados do canal do EGC no Youtube.

A proposta para este encontro é deixar Boaventura livre para recitar seus versos e proporcionar aos seguidores dos EGC, um fim de tarde de domingo pleno de lirismo. Confiram no pequeno trecho de um dos poemas – Pitaia e Açaí:

“Amo-te como se tudo fosse pouco
e o mundo para ser são
tivesse de ser louco

Separam-nos mil viagens e naufrágios
o meu barco andou por mil deshoras e desordens
desaprendeu de chegar em porto seguro
não sabe recolher as velas
a quilha arrefece
o lastro inunda-se
em vez de ancorar
afunda-se

Os deuses do impossível velam por nós
unem-nos galáxias e calendários
a mesma idade em épocas diferentes
à mesma hora de tantos continentes

Não poderemos amar até ao limite das estrelas
ficaremos longe
não poderemos vê-las
não teremos tempo
nem falta de tempo”

Boaventura de Sousa Santos é sociólogo português, um dos mais renomados pensadores do mundo contemporâneo no campo da sociologia política e social. É professor catedrático jubilado da Universidade da Faculdade de Economia da Universidade Coimbra e Distinguished Legal Scholar da Universidade de Wisconsin-Madison. Também nasceu poeta e tem a poesia como companhia inseparável junto ao seu desempenho acadêmico e intelectual público. “Pitaia e açaí é uma publicação representativa de sua maturidade poética, com tudo o que de amor, canção e desespero é permitido”, Confraria do Vento.

Plataformas Culturais Territoriais: Espaços virtuais, Artistas e Agentes da Cultura

Plataforma Culturais e Territoriais é um projeto inovador que irá dar suporte digital a artistas, espaços e agentes culturais, na organização, geração de renda e valorização da arte. Uma plataforma que foi idealizada por dois pesquisadores do Laboratório de Engenharia da Universidade de Brasília, Joaquim Aragão e Yaeko Yamashita. Poderá transformar-se num catalisador das atividades artísticas por região e em consequência gerar renda, visibilidade e valorização da arte.

Na luta contra um governo acéfalo, que não reconhece a cultura e o seu importante papel na vida de um povo e no desenvolvimento de uma nação, o coletivo dos Estados Gerais da Cultura convidou Joaquim Aragão para falar sobre o projeto. Aragão pertence ao Departamento de Engenharia Civil e Ambiental da Universidade de Brasília.

O encontro no final de tarde de domingo contará também com a participação artística de Márcia kambeba, líder indígena, poeta e geógrafa.
Como poeta, adotou o nome indígena Wayna. Sua poesia mostra semelhanças com a  literatura de cordel e reflete a violência contra os povos indígenas e os conflitos trazidos pela vida na cidade.

Um debate que fará a diferença principalmente nesse momento tão sombrio que a cultura vive no Brasil. Para interagir e participar do bate-papo estará presente a Evelyn Orrico, que além de médica, bacharel em letras, mestre em Linguística pela URJ, é doutora em Ciência da Informação. As áreas de interesse de pesquisa são as relações entre memória, discurso e informação, assim como os seus variados meios de criação, validação e divulgação por diferentes mídias. 

A Resistência da Arte. A Arte da Resistência

A dupla é perfeita! Ambos geniais como médicos que acreditam na arte como terapia para restabelecer a saúde mental das pessoas. Vitor Pordeus e Antonio Quinet foram convidados pelos Estados Gerais da Cultura para um bate-papo incrível. Para mostrar que o ser humano não vive sem arte. Que a arte é cura, a arte é resistência.

Antonio Quinet é psicanalista, doutor em filosofia, professor universitário (UVA), dramaturgo e diretor da Cia. Inconsciente em Cena. Autor de vários livros de psicanálise publicados no Brasil e no exterior assim como de peças de teatro encenadas em várias cidades do mundo. Sua obra Inconsciente Teatral, acaba de ser lançada na França (L’Inconscient Téâtral – Editions Nouvelles du Champ lacanien).

“Um dos maiores nomes da psicanálise lacaniana no país – começou a fazer teatro e foi considerado um “herege” tanto pelo meio psicanalítico quanto pelo meio teatral. “No seu último livro Inconsciente Teatral, o autor descreve a dificuldade que encontrou para que fosse aceito seu trabalho de transmissão da psicanálise pela via de teatro. Mas, ao longo destes anos, seus espetáculos lotam teatros no Brasil e em outras partes do mundo, tendo já encenado suas peças em Paris, Nova York, Londres e lançado seus livros de psicanalise em várias cidades do Brasil e do mundo.

Quinet desenvolve e demonstra amplamente a tese de que o Inconsciente é estruturado como um teatro. Ele mostra como Freud e Lacan utilizaram o teatro, respectivamente, para criar e renovar a psicanálise, com os conceitos de conflito, cena, catarse, tragédia (Édipo Rei e Antígona) e o ato do analista como uma representação teatral (semblante lacaniano”. Fonte: Atos e Divãs

Vitor Pordeus tem 40 anos, é ator e médico psiquiatra. Pesquisador do Laboratório de Imunobiologia da Universidade Federal de Minas Gerais desde 2003. Formado em Teatro pelo Instituto Tá Na Rua para as Artes, Educação e Cidadania; fundou em 2008 o Laboratório TupiNago de Arte e Ciência, foi Coordenador-Fundador do Núcleo de Cultura Ciência e Saúde do Instituto Municipal Nise da Silveira; Fundador do Teatro de DyoNises, Hotel e Spa da Loucura e Universidade Popular de Arte e Ciência no Rio de Janeiro; Atualmente é Professor do Curso “Arte e Saúde Mental” da Divisão de Psiquiatria Social e Transcultural da Universidade McGill, Montreal, Canada desde 2015. Ganhador do Prêmio Patrícia Accioly de Direitos Humanos conferido pela Associação de Magistratura do Estado do Rio de Janeiro em 2017. Carioca de Realengo, vive e trabalha no Rio de Janeiro como psiquiatra transcultural comunitário e ator.

Pordeus realiza a atividade teatral como tratamento psiquiátrico há 12 anos. Desde o tempo em que trabalhava no  Hospício do Engenho de Dentro (durante sete anos), onde a médica Nise da Silveira trabalhou 50 anos.   O teatro de DyoNises realiza uma atividade expressiva e tem documentado e publicado efeitos terapêuticos contra  psicoses crônicas. Isso é uma continuidade do trabalho de Nise da Silveira, médica psiquiatra que revolucionou o tratamento da doença mental no Brasil.

 “A gente conseguiu produzir o modelo científico dela”, frisa Vitor. “Por isso acho muito importante discutir isso e querer falar abertamente sobre a questão porque estamos numa pandemia de saúde mental”, alerta.  “Uma pandemia infecciosa que por baixo existe um componente neuropsiquiátrico muito mais perigoso, muito mais mortal, que está matando muito mais gente de depressão, suicídio. Inclusive, o Covid é de maior risco em pessoas com doença mental grave”.  Fonte: PanHoramarte

Contaremos também com a participação do ator, cantor, poeta baiano Luiz Carlos Bahia, um ativista cultural com muitas facetas nas artes. Um arteiro. Fundador da gravadora CPC-UMES que lançou vários músicos independentes e com uma carreira riquíssima no teqtro, cinema e televisão.

Não podiam faltar, como de praxe, as presenças do ator e poeta Eduardo Tornaghi e de nosso anfitrião Silvio Tendler, cineasta utopista, agitador cultural e idealizador do EGC.

Quebradas Poéticas

O domingo será dedicado a poesia. O coletivo resolveu poetizar a vida e convidou gente muito bacana para deixar nosso fim de tarde mais colorido. A arte transforma mesmo na dor e na tristeza e nossos poetas de esquina sabem muito bem que isso é verdade. As Quebradas Poéticas foram inspiração do ator Eduardo Tornaghi, que será o mestre-sala desse povo maravilhoso. Tornaghi, inspirado como sempre, irá mostrar que o Brasil tem mais a poesia como arma e a arte no coração!

SLAM 188

SLAM 188
Com presença dos poetas Árvore Bonita e Ozazuma, o coletivo Slam 188 promove batalha mensal de poesia falada, propõe inclusão e valorização da vida, tem suporte de psicólogos e intérpretes de LIBRAS, os nomes @poeta_monra & @pretapoetica fecham a equipe.

página Slam 188 no fb:
perfil Slam 188 no insta:
**PIX Slam 188 – faça a sua contribuição com a chave 188slam@gmail.com

ÁRVORE BONITA
Árvore Bonita é graduanda em pedagogia, Intérprete de Libras, poeta, artista visual, Slammaster e coordenadora de acessibilidade do Slam 188 e Slammaster do Slam Orgasmo.
CONTATO:
@arvore.bonita

OZAZUMA

Ozazuma é Daniel no RG, artista independente slamaster do slam188 , slammer, futuro pedagogo, produtor cultural e poeta
CONTATO:
Insta: @ozazuma
Email: dann.corbo@gmail.com
Zapzap: 974015799
Obs: Aceito PIX.

Tio Leo

Leandro Mota, ou simplesmente, Tio Leo é Membro do CUB, Produtor Cultural e Ativista Social. Atua em Búzios desde 2014 na defesa da cultura hipo-hop, sendo um dos fundadores do Coletivo Urbano Buziano.
Natural de Niterói, pai de três filhas.
Ativista e Produtor Cultural, poeta, raper e mestre de cerimônias, Tio Leo tem se dedicado ao longo dos anos na luta pela implementação de Políticas de Juventude em Búzios e pela construção de espaços alternativos a cultura hegemônica, ocupando as praças da cidade através de Rodas Culturais, Circuitos de Arte Urbana e Encontros Culturais, dentre outros espaços de participação. Tio Leo do Coletivo Urbano Buziano -Tio porque foi escolhido como referência pela garotada da nova geração da fala/desafio/improviso em rima.

MARGINOW

Com presença do poeta Jessé Andarilho, o coletivo MargiNow iniciou com a ideia de sarau ainda em 2013, com visitas ao Sarau do Escritório (na Lapa), depois foi reunindo referências literárias locais, ativistas culturais da favela do Antares (extremo oeste do Rio) até que em 2015 instalou um sarau, migrou para o Viaduto de Madureira com apoio da CUFA, onde passou a promover batalhas de poesia falada, tanto slam como rap, o coletivo logo passou a realizar clipes e filmes, criaram uma biblioteca de caixote de feira e desde 2020 a instalação de uma biblioteca física é uma realidade na paisagem de Antares, os aliados são muitos, a equipe é família.

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JESSÉ ANDARILHO

Jessé Andarilho é escritor, palestrante e produtor cultural. Cria da favela de Antares escreveu os livros: Fiel (Objetiva) e Efetivo Variável (Alfaguara) e Super Protetores (Itaú Leia para uma criança). Além disso, é presidente do Centro Revolucionário de Inovação e Arte (CRIA) e criou o projeto marginow para ampliar as vozes de artistas das periferias. Sua nova empreitada é a criação de uma biblioteca comunitária no local onde funcionava o antigo posto policial de Antares
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SLAM DAS MINAS RJ

Gênesis

Poeta, slammer, contadora de histórias e atriz. É uma das organizadoras do Slam das Minas RJ, uma batalha de poesia só para mulheres que acontece em todo RJ. Publicou seu primeiro livro infantil “Cadê Martin?” pela Chiado Editora, e seu livro de poesia “Delírios de (R)existência” pela Padê editora. Tem participação no livro “Identidades” da Ed. Conexões, uma coletânea com 18 escritoras negras. Em publicações independentes integra o primeiro caderno de poesia do Slam das Minas RJ, e seu fanzine “O poema sai enquanto você entra”. Em 2019, participou do do primeiro Slam de Poesia que aconteceu no Rock InRio, no Espaço Favela.
Tem sua poesia na Abertura do novo álbum da Cantora Zélia Duncan, “Eu sou Mulher, eu sou Feliz”.
Em 2020 estreou como atriz na websérie lgbtq+ “Contos Latentes – Extremos” no Youtube. Idealizadora do programa de entrevista Mapas para o futuro no Youtube.
CONTATO:
Insta: @desde.o.principio
Zapzap: +55 21 99129-2002


Com presença dos poetas Tom Grito e Gênesis, o coletivo Slam das Minas RJ fundado em 2018 promove batalhas de poesia falada, com a pandemia ampliam o alcance através das redes, programas de entrevistas, mostras, e munides da kombi-maravilha fazem entregas via Poesia Delivery, propõe empoderamento de gênero e LGBTQIA+ e participação ativa nas muitas lutas da cidade, os nomes Débora Ambrosia, Rainha do Verso, DJ Bieta, Andrea Bak, e outres fecham a equipe.**página Slam das Minas RJ no fb:
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**perfil Slam das Minas RJ no insta:
https://instagram.com/slamdasminasrj
**site Slam das Minas RJ:
https://www.slamdasminasrj.com.br/
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TOM GRITO

Tom Grito é poeta @tomgritopoeta Dedica-se à poesia falada (spoken word/poetry slam) e às micro-revoluções político-sociais onde a poesia incinera, afaga, afeta e transforma. Pessoa não binárie transmasculine, utiliza pronomes masculinos e neutros (ele/elu/elle/él/he/they).
Entusiasta da cena de poetry slams e saraus de poesia no Brasil, interessa-se também pelo estudo de plataformas para a possibilidade de extensão poética como a performance audiovisual, poesia sonora e teatro. Participou ativamente da fundação dos coletivos poéticos Tagarela, Slam das Minas RJ e Transpoetas. É residente de pesquisa em artes no Museu de Arte Moderna do Rio (2021).
E neste ano (2021) representou o Slam-BR no 2o. Torneio Amistoso Online Abya Yala ficando na quarta posição entre 12 poetas de latinoamérica e Haiti. Campeão da final do Slam das Minas SP 2021.
CONTATO:
Insta: @tomgritopoeta
Zapzap: +55 21 98368-8508

Eles são essa árvore mesmo. Dudu Luisa e Gael poetam e Maria faz a percussão. O Sarau da praça surgiu como reação a um caso de violência policial e tem proposta de unir em família as várias “tribos” da periferia de búzios que vão de pescadores e quilombolas (resistentes de 1ª hora da invasão pós BB) á neo hippies e neo pentecostais. Era uma salada tensa que o sarau ajudou a conectar. Fica faltando o texto deles.

Poeta Xandu

Poeta Xandu é carioca, tem estrada na poesia falada, atua no sarau Ratos Di Versos (Lapa-Rio), editor e escritor em fanzines, blogs, livros, segue sempre em viés coletivo, urbano, a cidade importa.
__Contatos: 1) EMAIL: poetaxandu@gmail.com // 2) FB: www.facebook.com/ratos.versos

40 anos sem Glauber

No mês que marca os 40 anos da morte de Glauber Rocha os Estados Gerais da Cultura, em parceria com o Cineclube Silvio Tendler, propõem um debate sobre a trajetória de Glauber e seu legado ao cinema brasileiro. Uma justa homenagem ao icônico e premiado cineasta e uma maneira de revisitar o Brasil e sua história.

Allen Habbert, George Neri Varanese, Jards Macalé e Taís Freire foram convidados para falar sobre Glauber e conduzir o debate. Como de costume, nos encontros dos Estados Gerais da Cultura, o ator Eduardo Tornaghi apresenta o tema com toda a licença poética que lhe cabe para propor uma Pensata, após a abertura feita por Silvio Tendler. Marina Lutfi e João Gurgel darão o tom na música para iniciar com arte nosso debate.

A Bolsa ou a Vida

A Bolsa ou a Vida é o novo filme de Silvio Tendler realizado durante a pandemia, com depoimentos de diversas personalidades de dentro e de fora do país. É uma provocação e antes de tudo uma reflexão sobre o caminho a seguir. Qual é o futuro que desejamos contruir?

Um debate sobre o filme será realizado pelos Estados Gerais da Cultura neste domingo (15), com a participação do Padre Julio Lancelotti e Eduarda Alberto. A Bolsa ou a Vida estará em pré-estréia a partir de 13 de agosto (sexta-feira) no Festival Internacional Ecofalante.

Link no youtube:

Convidamos e recomendamos a todos que assistam ao filme antes de nosso encontro de domingo, disponível online gratuitamente na plataforma do Ecofalante a partir do dia 13/08 e em horários programados conforme o link abaixo:

https://ecofalante.org.br/filme/a-bolsa-ou-a-

Em 50 anos de carreira, Silvio Tendler lançou mais de 80 longas, médias e curtas-metragens com forte viés histórico, social e político. Acumula as três maiores bilheterias do cinema documentário brasileiro e foi premiado em importantes festivais nacionais e internacionais.

Eduarda (Duda) Alberto é militante periférica, estudante de arquitetura na UFRJ, pesquisadora em tecnologia da construção e trabalhadora polivalente. Durante o trabalho precarizado na pandemia, procurou entregadores/as para construir a cooperativa Despatronados. Se uniu à luta política em 2013, quando conheceu a resistência da Aldeia Maracanã e outras ocupações urbanas.

Padre Julio é pároco na Igreja São Miguel Arcanjo, no bairro da Mooca, zona leste de São Paulo, onde mantém há 35 anos um compromisso constante com a população em situação de vulnerabilidade e realiza um trabalho pastoral de grande coragem e afetuosidade.

Nos ajudem a divulgar o evento, não deixem de assistir ao filme e nos vemos neste domingo, às 17h, nos Estados Gerais da Cultura!

Portinari e os Direitos Humanos

Artes plásticas e seu importante papel na sociedade ganham destaque na pauta dos Estados Gerais da Cultura deste domingo. A escolha por Cândido Portinari, um dos mais expressivos nomes do modernismo brasileiro, não foi por menos. Portinari foi o artista que mais deu força a temática social e retratou o homem, o trabalhador, o Brasil sofrido em suas telas.

Nada mais justo e relevante do que convidar o próprio filho, João Cândido Portinari para contar sobre as obras de seu pai e a catalogação que vem fazendo, como também um pouco sobre a luta de mais de 20 anos para tornar realidade um sonho: transformar a casa, onde viveu Cândido Portinari no Cosme Velho, Rio Janeiro, num centro de arte, cultura e educação e evitar que o imóvel desapareça pela especulação imobiliária.

Cana-de-açúcar – 1938
Retirantes – 1944

Durante o debate, a artista plástica Ester Fabiana Sterenberg estará pintando uma tela e o violeiro Julio Santin fará a apresentação musical. Um encontro imperdível para os amantes da arte e da cultura, considerando também a programação de rotina, que prevê a abertura feita pelo cineasta Silvio Tendler e a leitura de uma Pensata, um texto reflexão sobre um assunto da atualidade na voz do ator Eduardo Tornaghi.

Portinari

Cândido Portinari foi pintor, gravador, ilustrador e professor. Um dos mais importantes nome do modernismo brasileiro, reconhecido internacionalmente. O estilo de época que se denominou modernismo surgiu no início do século XX, num período de grande tensão entre as potências européias, que culminou nas duas grandes guerras mundiais e foi transgressor, antiacadêmico e nacionalista. Teve algumas fases e fez história na literatura, nas artes e na ciência.

Portinari nasceu em Brodowski, interior de São Paulo e viveu muitos anos no Rio de Janeiro, onde veio falecer em 1962. O artista, mesmo mudando suas técnicas ao longo do tempo, nunca perdeu o foco no homem brasileiro e suas mazelas sociais. Em sua trajetória como artista ganhou muitos prêmios em salões de artes e morou na França no ano de 1930 após ganhar o Prêmio de Viagem a Europa, lá aproveita visitar museus e estudar muito.

Portinari retorna da Europa animado para pintar quadros exaltando a cultura brasileira, seu povo, sua natureza e sua história, sempre em caráter de denúncia. Além de retratar as questões sociais de seu país, Portinari é bastante influenciado pelos movimentos artísticos da Europa como o Cubismo e o Surrealismo.

O filho, João Candido Portinari, engenheiro de profissão, deixou as Ciências Exatas para resgatar a memória de seu pai. Durante décadas trabalhou na catalogação de todo o acervo de Portinari, que segundo o herdeiro, que detém os direitos autorais das obras, estava fragmentado. Graças ao levantamento minucioso feito por ele, foi possível catalogar mais de cinco mil pinturas e 30 mil documentos relacionados a esses trabalhos. A maioria invisíveis ao público. Obras mais conhecidas no Brasil de Portinari: Mestiço, Café, Retirantes, Cana-de-Açúcar, Guerra e Paz…

“É um grande paradoxo um artista que pintou de forma tão emocionada a alma do povo brasileiro ter seus trabalhos longe do povo. Numa busca que fizemos encontramos obras dele na Filândia, Haiti, e achamos documentos em mais de 20 países”, lembra João Cândido. (Fonte: O Globo, 2011).

Casarão Cosme Velho

O  casarão situado no número 343 da Rua Cosme Velho, Zona Sul da capital fluminense, onde morou, entre 1943 e 1950, Candido Portinari, encontra-se em um estado de degradação, com cômodos sem telhado e paredes caindo, correndo sério risco de desabar.

Vale ressaltar que o imóvel, tombado provisoriamente em 2011 pelo Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac), foi doado ao Projeto Portinari para a criação de um centro de cultura em memória ao artista. No entanto, o Inepac não conseguiu angariar patrocínios e apoio para a realização da iniciativa e, por isso, a casa acabou devolvida aos donos há dois meses.

Para o João Candido Portinari, é um sonho que ainda não tornou-se realidade porque há mais de 20 anos vem lutando para regularizar a situação do Casarão e transformá-lo em um centro de cultura e conhecimento sobre o trabalho realizado pelo pai no campo das artes plásticas.

João Candido Portinari

João Candido Portinari é Ph.D. pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT/EUA) e fundador do Projeto Portinari, que desde 1979 dedica-se ao regaste e à democratização da vida e obra de seu pai, o renomado pintor brasileiro Candido Portinari.

O projeto contribui para o conhecimento histórico-cultural do País, promove a arte e a educação para crianças e adolescentes brasileiros, além de recuperar o legado pictórico, ético e humanista de Portinari por meio dos programas Levantamento, Pesquisa e Catalogação, e Democratização de um abrangente e detalhado acervo documental sobre a obra, vida e época do artista. Até o momento, 5.400 obras e 30 mil documentos compõem o acervo documental do Projeto Portinari, disponíveis gratuitamente em: Portinari ou no Google Arts and Culture Program

Cinema e educação no Brasil

Ao alcançar a marca dos cinquenta encontros, os Estados Gerais da Cultura(EGC) realizam com o Fórum Brasileiro do Audiovisual (FBA) um debate memorável com mulheres cineastas e produtoras sobre cinema como recurso didático para formação cultural, social e artística nas escolas e na comunidade. “Vamos falar de cinema sob um outro olhar, que não é aquele do artista, do fazedor de cinema, mas pelo olhar do formador através do cinema”, afirma o cineasta Silvio Tendler. “Será um debate muito rico e gostei muito que tenham procurado os Estados Gerais da Cultura para realizarmos juntos esse encontro”. Tendler integra os dois movimentos culturais e falará na abertura.

O Fórum foi criado pela cineasta e produtora Solange Moraes e agrupa grandes nomes na criação de filmes de todo o Brasil, tanto os mais antigos como os mais novos, entre eles estão Silvio Tendler, Orlando Senna, Rosemberg Cariry, José Araripe, assim como cineastas videotivistas, pesquisadores e professores. “Será encontro de mulheres do cinema, destacando a presença preciosa de Marialba Monteiro – uma das fundadoras do projeto chamado Cineduc, que se dedica a ensinar cinema nas escolas”.

A apresentação musical deste domingo será por conta de Isabella Rovo, artista candanga e uma grande mobilizadora cultural.

Cynthia Alário

Educadora social e empreendedora cultural. Em 2002 fundou a Brazucah, uma produtora especializada na difusão do cinema brasileiro pelo Brasil e pelo mundo. Atualmente coordena o CINESOLAR – um cinema itinerante movido a energia solar e integra a Rede Internacional de Cinema Solar. Viaja pelo país realizando oficinas de produção audiovisual e alegrando as pessoas com a magia do cinema. É formada em Comunicação Social na USP e pós-graduada em Transdisciplinaridade e Desenvolvimento Integral do Ser Humano pela UNIPAZ/SP. Naturopata, desenvolve um trabalho de resgate dos saberes populares da manutenção da saúde através das manifestações artísticas e culturais. Facilitadora da Metodologia de Educação para a Paz desenvolvida por Pierre Weil.

Solange Souza Lima Moraes

Produtora, graduada em Cinema pela Universidade Federal da Bahia – UFBa. Baiana, é sócia da Araçá Filmes, produtora com mais de 40 filmes, entre curtas, documentários e longas metragem. Possui mais de 30 anos de experiência com cinema e audiovisual. Seu mais recente lançamento, o longa Longe de Paraíso (2020) dirigido por Orlando Senna, acaba de ganhar o prêmio de público como Melhor Filme no Festival de Brasília.

Foi presidente da Associação Brasileira de Documentaristas – ABD Nacional, entidade que existe nos 27 territórios brasileiro, membro titular do Conselho Superior de Cinema, nos governos 2008/2012, do Conselho Nacional de Políticas Culturais – CNPC e do Conselho de Cinema da Secretaria do Audiovisual – SAV. Atualmente, finaliza dois longas: A Pelé Morta, rodado no Brasil e na América Latina, previsto para 2022 e Nina, rodado em Salvador, previsto o lançamento para outubro de 2021. 2022.

Marialva Monteiro

Graduada em Filosofia pela PUC-RJ e Mestre em Filosofia da Educação pela Fundação Getúlio Vargas-RJ. Curso de Extensão em Crítica Cinematográfica na ASA–Ação Social Arquidiocesana/PUC-RJ.
Fundadora e atual presidente do CINEDUC, entidade que trabalha há 46 anos com o uso da linguagem audiovisual no processo educativo.

Coordenou o projeto Sessão Criança no Centro Cultural Banco do Brasil – CCBB-RJ e fez a curadoria da Mostra Geração do Festival do Rio desde 1999 até 2007.
Coautora do livro Cinema: uma janela mágica, com Bete Bullara, sobre linguagem cinematográfica, destinado a jovens, (terceira edição em 2015). Coordenou a realização do vídeo didático Cinema para Todos (50 min) sobre a linguagem cinematográfica com patrocínio do Fundo Nacional de Cultural com distribuição gratuita para universidades e centros culturais e o programa Olho Mágico, veiculado pela TV Educativa.

Escreveu o argumento e acompanhou a produção da série A Trama do Olhar, Para o programa TV Escola. Participou como jurada em vários festivais infanto-juvenis na América Latina (Bolívia, Venezuela, Uruguai, Argentina), na Europa (Bulgária, Polônia, França, Rússia) e Índia. Jurada e curadora da seleção de curtas do FECIBA – Festival de Cinema Baiano em Ilhéus, BA de 2013/16.

É membro da Câmara Setorial do Audiovisual do Conselho Municipal de Cultura de Ilhéus, BA já no segundo mandato. Curadora em 2011/14 da Mostrinha de Cinema Infantil de Vitória da Conquista (BA), organizada pela UESB – Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia.

Marineti Pinheiro

Jornalista, Escritora e Cineasta, formada em Direção de Documentário pela Escuela Internacional de Cine y Televisión de San Antônio de los Baños/ EICTV (Cuba), dirigiu filmes de curta, média e longa metragem premiados nacionalmente, publicou dois livros sobre cinema pela Editora da UFMS, realiza curadoria para Festivais Mostra de Cinema no Brasil e no exterior, é professora na Faculdade Novoeste. Atualmente trabalha na formação audiovisual de jovens realizadores da etnia Guarani Kaiowa através do Kuñangue, e coordena (desde 2015) o Museu da Imagem e do Som de Mato Grosso do Sul (MIS de MS) onde desenvolve atividades de formação, difusão e promoção na área da fotografia, música e, principalmente, Cinema e, em 2019, recebeu o Prêmio Darcy Ribeiro, do IBRAM, ação educativa, pelo curso de documentário “MS 40 anos em Histórias Cinematográficas” em parceria com TVE Cultura de MS.

Renata Semayangue

É produtora de cinema e audiovisual com mais de 20 anos de experiência. Já trabalhou em diversos filmes longa- metragem, curtas e séries. É fundadora da produtora independente Cinepoètyka, que fica em Lençóis, na Chapada Diamantina, gestora do Cineclube Fruto do Mato – cinema para todas e diretora de produção da ELA – Escola Livre Audiovisual da Chapada Diamantina.

Ana Bárbara Ramos

É cineasta, educadora e gestora de projetos especializados na área de cinema e educação. É mestre em Letras e graduada em Comunicação Social pela UFPB, e cursa a especialização em Educação Transformadora: Pedagogia, Fundamentos e Práticas, na PUCRS. À frente da Semente – Escola de Educação Audiovisual desde 2014, desenvolve práticas educativas com o audiovisual em instituições escolares e culturais. É professora do Cearte – Centro Estadual de Arte da Paraíba, desenvolvendo ações de arte para o público infantil e na formação de professores. Integrante da Rede Kino – Rede Latino-americana de Educação, Cinema e Audiovisual e do Núcleo de Educação Transformadora da Paraíba.

Diversidade e Resistência LGBTQIA+ no Brasil Atual

A pauta é urgente num país homofóbico e que apresenta altos índices de violência contra a comunidade LGBTQIA+. Especialistas em questões humanitárias, ativistas e representantes de organizações civis dizem que pessoas LGBTQIA+ perderam a vez e a voz ao longo de dois anos e meio do atual governo. Fonte: Folha.

Sensível à luta pelas minorias e para dar maior visibilidade a comunidade LGBTQIA+, os Estados Gerais da Cultura convidaram importantes ativistas para falar sobre o assunto.

Elaine Sallas é lésbica, umbadista, preta e periférica. Professora, cantora e produtora cultural. Mestre em Teatro pela Universidade do Estado de Santa Catarina; Especialista em Arte no Campo UDESC/MST. Por três anos foi Conselheira Municipal de Cultura pela Setorial de Teatro e uma das articuladoras da Setorial de Cultura LGBT em Florianópolis. Idealizadora da 1ª Mostra Dissidente de Teatro Político, pesquisadora no grupo Imagens. Políticas/UDESC. Atua como militante na Unidade Comunista Brasileira – UCB, na Coletiva de Visibilidade Lésbica Mudiá, na Frente Feminista 8M-SC e na Unidade Popular Sindical. Ativista na Marcha Mundial das Mulheres e no Levante Feminista contra o Feminicídio. Em 2020 foi candidata a vereadora pelo PSOL, sendo a terceira mulher mais votada do partido em Florianópolis, alcançando a quarta suplência.

Indianarae Siqueira é TransVestiAgenere, pute, ateie, vegane, presidente do Grupo Transrevolução-RJ, da REBRACA LGBTIA+, coordenadora do PreparaNem, Casa Nem Abrigo LGBTIA+, Rede Brasileira de Prostitutas, Fórum TT RJ e Coletivo Davida.

Bárbara Esmenia é poeta, dramaturga, curinga de Teatro da/os Oprimida/os, atualmente com a Grupa Ybyrá TO, formada por lésbicas e mulheres bissexuais. Integra a Publicar al Sur (México), coordenando as áreas de artes e feminismos. Faz parte da Rede Sem Fronteiras de Teatro da/os Oprimida/os e da Rede Magdalenas Internacional, formado por mulheres praticantes de TO.

Beto de Jesus, secretário para América Latina e Caribe da Associação Internacional de Lésbicas, Gays, Bissexuais, pessoas Trans e Intersex.